quinta-feira, 31 de julho de 2008
Ex-abortista Bernard Nathanson expõe mentiras do movimento americano pró-aborto
TORONTO, ON, July 29, 2008 (LifeSiteNews.com) - Spider Jones, que é ó entrevistador do programa da rádio CFRB, entrevistou em 9 de julho de 2008 o Dr. Bernard Nathanson sobre seu envolvimento no movimento abortista e sua conversão para a posição pró-vida.
Em certo ponto, Nathanson estava profundamente engajado no movimento americano pró-aborto, foi co-fundador da NARAL (National Abortion Rights Action League) e supervisionou 75.000 abortos quando era diretor de uma clínica de aborto. Durante a entrevista, Nathanson relembrou as táticas desonestas e enganosas que ele e a NARAL utilizaram para forçar a legalização e a aceitação do aborto.
"Nós afirmamos que entre cinco e dez mil mulheres morriam por ano por causa de aborto mal-feito", disse ele. "O número verdadeiro estava mais próximo de duzentas a trezentas mulheres; nós também afirmamos que eram feitos um milhão de abortos ilegais por ano nos Estados Unidos e o número verdadeiro era próximo dos duzentos mil. Assim, somos culpados de uma fraude maciça."
A conversão de Nathanson para o movimento pró-vida se deu pelo advento da máquina de ultrassom no começo dos anos 70. Ele relatou como ficou sensibilizado ao perceber que o feeto é de fato um ser humano depois que viu um nascituro se encolher e recuar diante de um aspirador abortivo antes de ser sugado para fora do ventre materno.
Nathanson chamou o vídeo deste incidente de "The Silent Scream" e começou a usá-lo para propagar a mensagem pró-vida. A Planned Parenthood, contudo, espalhou rumores de que o vídeo era falso. Nathanson disse que esses rumores, assim como as táticas da NARAL, não passavam de mentiras.
"A Planned Parenthood foi responsável por isto", disse ele. "Mas o vídeo não era falso e o que fizemos para provar isso foi procurar o Dr. Ian Donald na Escocia, ele é o pai do ultrassom, o inventor do ultrassom. Ele assistiu o vídeo e fez um depoimento juramentado de que o que tinha sido filmado era verdadeiro e que não houve nenhuma manipulação ou adulteração ou nenhuma mudança na velocidade ou qualquer outra coisa no filme."
"Planned Parenthood was responsible for that," he said. "But it was not faked and what we did in order to validate it was to go to Dr. Ian Donald in Scotland, who is the father of ultra-sound, the inventor of ultra-sound and he looked at the film and he swore an affidavit that everything was as it was shown and there was no doctoring or manipulation or any changes in the speed or anything else."
Nathanson então falou sobre o fato do aborto estar agora sendo usado como uma forma de controle de natalidade - resultado de outra fabricação pró-aborto.
"Um dos mitos que foi dado para o público através da mídia foi que legalizando o aborto só significaria que os abortos ilegais passariam a ser legais. Mas na verdade, o aborto está agora sendo usado principalmente como método de controle de natalidade em todo o mundo como também nos Estados Unidos."
O partidários pró-aborto "se recusam a ver o que a maioria das pessoas estão admitindo, que o feto é um ser humano e que não é papel nosso massacrá-lo em larga escala", concluiu Dr. Nathanson.
Fonte: http://www.lifesitenews.com/ldn/2008/jul/08072904.html
quarta-feira, 23 de julho de 2008
Nueve de cada 10 fetos con síndrome de Down son abortados
Nueve de cada 10 niños con síndrome de Down no llegan a nacer en España, según denuncia José Antonio Díez, coordinador general de ANDOC (Asociación Nacional para la Defensa del Derecho a la Objeción de Conciencia). Esto significa que España incumple la Convención de las Naciones Unidas sobre discapacidad, recién ratificada.
Según Díez, en el 94,5% de los casos en que el diagnóstico prenatal indica la presencia de Síndrome de Down, el niño es abortado. De esta forma, “el diagnóstico deja de serlo, para convertirse en una práctica eugenésica, de eliminación de lo niños con taras más o menos graves. Al médico no se le deja en libertad para ofrecer alternativas”, y por este motivo ha surgido la objeción de conciencia frente al diagnóstico prenatal que no tiene fines curativos. Es el caso de un ginecóloco de Algeciras, que ha llevado su caso de objeción a los tribunales, explicó Díez.
Los abortos despenalizados por el tercer supuesto del artículo 417 bis del Código Penal (“que se presuma que el feto habrá de nacer con graves taras físicas o psíquicas”) no llegan al 3% del total, y por tanto el año pasado fueron unos 3.000. Desde 1985 son unos 50.000. Las taras incluidas son en la práctica el SD o Trisomía 21, la Trisomía 16 y la Trisomía 18, espina bífida, anencefalia, microcefalia y malformaciones cardíacas o de extremidades aisladas.
El SD se registra en uno de cada 700 embarazos (15 de cada 10.000). En España, el Estudio Colaborativo Español de Malformaciones Genéticas (2004) señalaba ya una incidencia menor de la mitad: 7,11 de cada 10.000. El 53% de esos embarazos terminaba en aborto. Hoy se supone que pasa del 90%. Pero no se hacen estadísticas. Ni siquiera sobre cuánta personas con SD viven en nuestro país. Los últimos datos de la Federación Española de Instituciones de Síndrome de Down son de 2002: 32.000 personas.
Según la fundación Línea de Atención a la Mujer, el tercer supuesto del aborto implica una discriminación de las personas discapacitadas incompatible con la Convención sobre los derechos de las personas con discapacidad aprobada por la ONU en Nueva York el 13 de diciembre de 2006. España firmó dicha Convención el 3 de diciembre de 2007, y entró e vigor el pasado 3 de mayo. En su artículo décimo, “los Estados Partes reafirman el derecho inherente a la vida de todos los seres humanos y adoptarán todas las medidas necesarias para garantizar el goce efectivo de ese derecho por las personas con discapacidad en igualdad de condiciones con las demás”.
Fuente:http://www.fundacionvida.net
terça-feira, 22 de julho de 2008
Enquete da Camara dos Deputados
País envelhece com mais rapidez do que se previ
São Paulo, segunda-feira, 21 de julho de 2008
Taxa de natalidade atingiu 1,8 filho por mulher em 2006, nível esperado para 2043
Com cada vez mais velhos e menos crianças, políticas públicas terão que ser revistas para se adaptar à realidade da população
ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO
O envelhecimento populacional brasileiro chegará antes do que se estimava. A divulgação, no início deste mês, da PNDS (Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde) mostrou que o país chegou, em 2006, a uma taxa de fecundidade de 1,8 filho por mulher. O IBGE, em sua estimativa oficial, feita em 2004, previa que esse patamar só seria atingido em 2043.
Nem mesmo projeções da ONU menos conservadoras indicavam uma taxa abaixo de 2,0 antes de 2010. Diante dessa e de outras pesquisas que registraram fecundidade menor, o IBGE revisará suas estimativas.
Mais do que uma simples revisão de um cálculo estatístico, a constatação de que o Brasil terá cada vez mais idosos e menos crianças antes do previsto tem impacto em cálculos de aposentadoria e traz desafios para políticas públicas, que terão que se adaptar a uma estrutura populacional envelhecida.
A demógrafa Elza Berquó, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento e coordenadora da PNDS, lembra que as Pnads (Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios, feitas anualmente pelo IBGE) já indicavam que a fecundidade caía num ritmo mais acelerado do que o estimado pelo instituto.
Em 2004, a taxa chegou ao nível de 2,1 filhos por mulher, patamar que indica tendência de reposição populacional e que, pelas estimativas do IBGE, só seria atingido em 2014.
"O movimento de transição da fecundidade se iniciou há 40 anos e os dados recentes são coerentes com a série histórica. Não sei por que o IBGE continuou trabalhando com essa estimativa [de queda menor]. Não faço projeções, mas, a julgar por essa tendência, acho que a fecundidade continuará caindo", diz Berquó.
Fernando Albuquerque, que participou da elaboração das estimativas do IBGE, diz que o instituto projetou queda menor porque o Censo de 2000 e a Pnad de 2001 não sugeriam queda acentuada. "As Pnads de 2002 a 2006, no entanto, registraram um declínio mais rápido. Por isso, já estamos revendo a projeção para incorporar os resultados recentes."
O demógrafo José Eustáquio Alves, da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE, diz que a queda mais rápida da fecundidade indica que a população começará a diminuir antes. Pela estimativa do IBGE, isso aconteceria somente a partir de 2062. A projeção da ONU com taxas mais próximas das verificadas recentemente, no entanto, aponta que isso deve acontecer já na década de 2030.
O envelhecimento mais rápido que o estimado traz desafios ao país. Um deles é aumentar os investimentos em saúde para atender melhor aos idosos.
Previdência
Outro diz respeito ao equilíbrio das contas da Previdência. Anualmente, quando o IBGE divulga aumento da expectativa de vida, isso altera o fator previdenciário, índice que acaba aumentando o tempo que o trabalhador precisa contribuir com o INSS para se aposentar com o mesmo benefício.
Carlos Guerra, vice-presidente da Federação Nacional de Previdência Privada, diz que os impactos também serão sentidos no setor particular, que poderá absorver mais insatisfeitos com os resultados da Previdência oficial, mas que, igualmente, precisará se adaptar.
"O equilíbrio ideal é ter cinco contribuintes para cada inativo, mas já estamos nos aproximando da situação de um para um", diz Guerra. Segundo ele, planos que garantem renda vitalícia mensal perderão espaço para outros com opção de fazer um resgate maior do benefício.
Apesar dos desafios que a queda mais intensa da fecundidade trará, Eustáquio Alves alerta que não se deve trocar o mito da "explosão populacional" pelo da "implosão populacional". "Não há por que ficar apavorado com a redução da população. Ela pode ser boa ou ruim dependendo de como a sociedade e as políticas públicas respondem a isso."
segunda-feira, 21 de julho de 2008
Pesquisa embargada
Enquanto a mídia podre faz um estardalhaço para liberar a destruição de seres humanos para o fim de obter células-tronco embrionárias (as quais não curaram ninguém em mais de 20 anos de pesquisas), a burocracia do Ministério da Saúde (ou Cemitério da Saúde) impede a pesquisa com células-tronco adultas (aquelas cuja eficácia terapêutica já foi comprovada e que não precisam de que alguém seja morto para serem extraídas), como mostra a notícia a seguir.
Na verdade, os interesses poderosos que estão por trás desta manipulação midiática têm muito pouco que ver com a cura dos que sofrem de doenças degenerativas. O objetivo oculto desse processo é a clonagem humana, em que empresas supercapitalistas globais estão investindo pesadamente, conforme a Dra. Lily E. Kay, PhD em História das Ciências pela Universidade John Hopkins, expôs em seu livro The Molecular Vision of Life: Caltech, the Rockefeller Foundation and the Rise of the New Biology, publicado em conjunto pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology) e pela editora da Universidade de Oxford. Infelizmente, este livro só se encontra em sua versão original em inglês, que pode ser adquirida aqui:
http://www.amazon.com/Molecular-Vision-Life-Rockefeller-Foundation/dp/0195111435
Que a liberação da destruição de seres humanos para a obtenção de células-tronco embrionárias seja o primeiro passo para a liberação da clonagem humana foi confessado por uma de suas defensoras, a dra. Lygia da Veiga Pereira:
"Quanto à clonagem terapêutica, a colaboração entre grupos que fazem clonagem animal e aqueles que trabalham com CTs embrionárias poderia tornar esta prática uma realidade no país. Porém, como resultado das negociações envolvidas na aprovação do PL de Biossegurança, este proíbe a clonagem terapêutica. Não tem problema, a conquista do direito de utilizar embriões congelados para pesquisa foi um primeiro e importantíssimo passo – quem sabe em uma segunda rodada a clonagem terapêutica possa ser re-negociada?"
http://www.sbpcnet.org.br/livro/57ra/programas/CONF_SIMP/textos/lygiapereira.htm
Ciência e burocracia / Estudo da USP, que poderia mudar a vida dos diabéticos, está parado há dois anos em conselho de ministério
GUILHERME TAVARES
Gazeta de Ribeirão
guilherme.tavares@gazetaderibeirao.com.br
Uma pesquisa pioneira que poderia mudar a vida dos pacientes com diabetes do tipo 1 está parada há dois anos na Comissão de Ética em Pesquisa, em Brasília (Conep), do Ministério da Saúde, à espera de um parecer. O procedimento que usa infusão de células-tronco em humanos, desenvolvido pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), da USP, proporcionaria melhor qualidade de vida aos pacientes.
Intitulado “infusão de células-tronco mesenquimais (MSC) como tratamento do diabetes do tipo 1”, a pesquisa foi desenvolvida pela equipe de transplante de células-tronco da FMRP, do Hemocentro e do Hospital das Clínicas.
O Conep informou, por meio de nota, que o projeto foi analisado na última reunião de junho e o seu parecer encontra-se em fase de finalização para posterior envio ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da USP de Ribeirão, mas não há uma data determinada. A diretoria do CEP da FMRP não foi encontrada para comentar o assunto.
De acordo com Carlos Eduardo Barra Couri, médico endocrinologista e um dos pesquisadores, o procedimento é revolucionário, barato e traria mais conforto aos pacientes. O tratamento é baseado na utilização de células mesenquimais, que são células-tronco adultas e não embrionárias, que regeneram o pâncreas e impedem que o sistema imunológico agrida o órgão. “É uma pena que demore tanto para aprovar uma pesquisa importante como essa. Poderia mudar a vida de muita gente”, disse Couri.
Atualmente existe um tratamento com células-tronco direcionado aos diabéticos, desenvolvido pela USP de Ribeirão que elimina o uso de insulina, mas utiliza quimioterapia. O tratamento consiste em “desligar” o sistema imunológico do paciente para que ele pare de agredir o pâncreas, mas também deixa a pessoa vulnerável a qualquer tipo de doença. Além disso, o paciente passa por todos os inconvenientes da quimioterapia, como queda de cabelo, mal estar e vômitos. Esse procedimento só pode ser feito em pacientes com idades entre 12 e 5 anos, que tenham diabetes tipo 1 há menos de 42 dias. Em cinco anos, 22 pessoas submeteram-se a esse procedimento, 15 nunca mais tomaram insulina. O processo com células-tronco mesenquimais eliminaria esse procedimento e as conseqüências de mal estar.
Dados do Ministério da Saúde mostram que a cada dez segundos, uma pessoa morre por conseqüências do diabetes, e nesses mesmos dez segundos, seis pessoas adquirem a doença.
Auxiliar fez quimioterapia
Com apenas 18 anos, o auxiliar administrativo Humberto Flauzino Guimarães já passou pela experiência de ser diabético. Ele descobriu a doença no ano passado e submeteu-se ao tratamento quimioterápico da FMRP para "desligar" o sistema imunológico e nunca mais precisou aplicar insulina.
"Escolhi fazer o tratamento porque queria mais qualidade de vida", disse ele, que ao descobrir o diabetes tipo 1 em abril de 2007 começou a tomar insulina imediatamente.
"As taxas de glicemia estavam muito altas e precisava tomar insulina imediatamente para controlar a doença", disse.
Guimarães submeteu-se ao tratamento com células-tronco para prevenir doenças futuras. Mas para isso teve que passar pela quimioterapia. "Não é ingratidão, mas se eu pudesse ter feito algum tratamento que não fosse o da quimioterapia seria muito melhor. Os efeitos colaterais são fortes e fiquei um semestre todo com uma vida muito limitada."
Hoje, livre da doença, a única preocupação é que todos deveriam ter: alimentação saudável e atividades físicas regulares. (GT)
Fonte: http://www.gazetaderibeirao.com.br/conteudo/mostra_noticia.asp?noticia=1586776&area=92020&authent=526E21725A0560EBD72AE9CABCD9E0
sexta-feira, 18 de julho de 2008
Aborto - médico renomado fala de suas experiências
A Revista Catolicismo estampou em suas páginas oportuna entrevista do Prof. Dr. Daniel Serrão, médico e docente aposentado da Faculdade de Medicina do Porto. Desde sua aposentadoria em 1998, dedica-se exclusivamente ao ensino de pós-graduação de Bioética e Ética Médica na Universidade Católica, no Porto e em Lisboa, e a proferir conferências em Portugal e em outros países. É membro da Academia das Ciências de Lisboa, da Academia Portuguesa de Medicina e da Academia Pontifícia para a Vida. Preside a Comissão médica de verificação de curas extraordinárias, do Santuário de Fátima. Foi presidente nacional da Associação dos Médicos Católicos Portugueses.
O ilustre entrevistado é internacionalmente conhecido, tanto como cientista como por ser notoriamente católico. Visitou recentemente a cidade de São Paulo e proferiu bela conferência na Faculdade de Direito da USP, em sessão comemorativa do segundo centenário da vinda para o Brasil da Família Real portuguesa — sessão na qual foi conferencista principal o Príncipe D. Luiz de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil.
Por ocasião dessa visita à capital paulista, o Prof. Dr. Daniel Serrão concedeu a presente entrevista ao repórter de Catolicismo, Sr. Miguel da Costa Carvalho Vidigal.
* * *
Catolicismo — No ano passado, Portugal tornou o aborto legal por meio de um referendo popular. No seu entender, faltaram mais pessoas do ambiente católico e de outros setores da sociedade para defender a posição contra o aborto? O Sr. poderia narrar como se deu essa consulta popular, e quais os frutos da aprovação da lei?
Prof. Dr. Daniel Serrão — Perdemos o referendo por uma escassa margem na contagem global dos votos; mas em muitas mesas de voto e em muitas regiões, ganhamos, e até com maiorias importantes. Tal como no referendo anterior, oito anos antes, nas zonas onde se constituiu um movimento organizado e coerente a favor do não, ganhamos. Só que, no referendo anterior, o cômputo global foi-nos favorável, igualmente por pequena margem, e muitos pensaram que a guerra estava ganha, quando só tínhamos vencido uma batalha.
Quem ganhou, de fato, tanto num como no outro referendo, foi a abstenção: mais da metade dos portugueses não votou. Sendo Portugal um país de grande maioria de católicos, tenho de concluir que, num momento da maior gravidade, em que estava em causa a vida humana, os católicos ficaram em casa, atraiçoando a sua fé. E tenho de concluir que a Igreja institucional, os seus pastores e os seus sacerdotes não souberam chamar os católicos à responsabilidade de não se absterem. Porque, seguramente, nenhum dos adeptos do sim ficou em casa no dia da votação.
A nova lei é a mais laxista da Europa. A mulher grávida decide livremente fazer-se abortar num hospital público, sem encargos, até a 10ª semana de gravidez; ou numa clínica privada de abortos (duas destas empresas espanholas de matar crianças ao abrigo da lei se instalaram logo em Portugal) que tenha acordo com o Serviço Nacional de Saúde, o qual paga o aborto por uma tabela convencionada, que obviamente dá lucro à empresa abortista.
Não se conhecem ainda números oficiais de abortos já realizados, mas os adeptos do sim andam inquietos, porque parece que são menos do que esperavam. Tenho exigido publicamente que esses números sejam divulgados, para que se possa, com segurança, fazer uma análise dos efeitos da lei. E espero conseguir esses números.
Catolicismo — Que conselho o Sr. daria, como médico, como católico e como pai de família, a uma jovem que o procurasse manifestando dúvida se pratica ou não um aborto?
Prof. Dr. Daniel Serrão — Daria o conselho que tenho dado muitas vezes: não assumas a responsabilidade de decidir em nome de uma vida que não é a tua; o que está dentro de ti é uma vida nova que apela a viver, e tu tens de ouvir esse apelo, que é biológico antes de ser humano. Nenhum dos motivos pelos quais me dizes que queres abortar vai ficar resolvido com o aborto, e tu vais comprar uma guerra contigo própria, que te vai acompanhar ao longo de toda a tua vida.
Não uso argumentos de cariz religioso, porque quem tenha verdadeira fé nunca colocará, a si própria, a possibilidade de se fazer abortar, sejam quais forem as situações da gravidez. Nem mesmo em casos de violação brutal.
Catolicismo — Que papel uma santa e médica –– como Santa Gianna Beretta Molla, que preferiu ter o filho, apesar da recomendação de ordem terapêutica para abortar –– pode representar como exemplo para as mulheres nos dias de hoje?
Prof. Dr. Daniel Serrão — Representa o apelo às virtudes heróicas que devem ser sempre apresentadas à juventude, porque ela é sensível à heroicidade e à dedicação absoluta a ideais, que são vividos até às últimas conseqüências. Infelizmente, à medida que a idade avança, o pragmatismo leva ao enfraquecimento da paixão pelos valores superiores; e os exemplos, como os de Santa Gianna, são menos eficazes.
Catolicismo — Em sua experiência médica, que traumas e conseqüências o aborto pode causar nas mulheres que o praticam?
Prof. Dr. Daniel Serrão — O mais grave, conforme a minha experiência, é a persistência, na memória afetiva, de um sentimento de profunda angústia existencial, que torna a vivência comum muito difícil. Tive um caso grave de suicídio iminente, que só foi controlado com tratamento psiquiátrico especializado durante quase um ano. Uma jovem de 17 anos, que se fez abortar de uma gravidez resultante de uma relação incestuosa consentida, ficou totalmente inibida de ter vida sexual. O aborto de tóxico-dependentes torna a recuperação da dependência muito mais difícil, parecendo que a jovem quer castigar-se pelo que fez. Mas o mais grave é que persiste a memória da decisão e do ato, muitas vezes com representação durante o sonho ou com alucinações. Uma das jovens, que obviamente não “viu” o ato de aborto feito sob anestesia, descrevia com profundo sofrimento a morte do seu filho, com os pormenores que lhe apareciam nos sonhos. A sua angústia era tão profunda, que necessitou de tratamento psicológico durante quatro anos. Na minha experiência, nenhuma mulher se recupera completamente de um ato de aborto. Há uma ferida biológica que muito dificilmente cicatriza.
Catolicismo — Fala-se muito que a legalização tem como finalidade combater os abortos clandestinos. No seu entender, essa é uma razão real?
Prof. Dr. Daniel Serrão — É uma falsa e hipócrita razão. É evidente que, se todos os abortos passarem a ser feitos gratuitamente, à vontade da mulher, sem qualquer condicionalismo, deverão acabar os abortos clandestinos nos hospitais públicos, porque seriam absurdos. Mas não é isto que acontece. Em Portugal não há números fidedignos, mas os abortistas lamentam o número baixo de abortos hospitalares; e insinuam, eles próprios, que os clandestinos continuam. É claro que continuam, porque muitas mulheres que decidem fazer-se abortar, por este ou aquele motivo, desejam que esse ato lhes seja praticado de forma clandestina, e não numa enfermaria de um hospital onde toda a gente vai saber que ela está internada para fazer aborto.
Catolicismo — Na Esparta pagã, e em outras culturas afastadas do Direito Natural, praticava-se o infanticídio no caso de crianças nascidas com defeitos físicos. No caso de prosseguir a atual ofensiva contra a vida, não é de se recear que cheguemos a esse ponto?
Prof. Dr. Daniel Serrão — Sem nenhuma dúvida. Na Holanda o infanticídio é já praticado como uma extensão, tolerada pelos tribunais, da lei atual da eutanásia. De acordo com esta lei, a eutanásia deixou de ser um homicídio despenalizado, e tornou-se uma decisão dos médicos como qualquer outra. O infanticídio, por assimilação da lei, deixou de ser um crime e passou a ser, igualmente, uma decisão do médico.
Catolicismo — Muitas abortistas alegam que a mulher é dona de seu corpo, e portanto caberia a ela a escolha e o direito de abortar. O que a ciência diz a respeito disso?
Prof. Dr. Daniel Serrão — Não é preciso a ciência, basta o senso comum. É evidente que a mulher é “dona” do seu corpo e deve procurar para este, sempre, o seu melhor bem. A cirurgia estética é um bom exemplo dessa espécie de propriedade sobre o corpo. Só que o embrião em desenvolvimento durante nove meses é um corpo próprio, que se serve do corpo da mãe para se alimentar e desenvolver, e a partir de 500 gramas de peso já pode dispensar o corpo da mãe. A mãe é dona do seu corpo, mas não é dona do corpo do seu filho ou filha.
Catolicismo — Freqüentemente acusa-se a Igreja Católica de ser inimiga do progresso e da ciência. O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, inspirador da revista Catolicismo, sempre sustentou o contrário. Sempre ensinou que a Igreja é a grande benfeitora do autêntico progresso, da cultura e da civilização. Gostaríamos de conhecer sua opinião a respeito.
Prof. Dr. Daniel Serrão — Tinha Plinio Corrêa de Oliveira — que tive o ensejo de conhecer em uma de suas visitas a Portugal — toda a razão. O recente caso das células-tronco ou estaminais é uma demonstração eloqüente disso. A oposição da Igreja à destruição de embriões para se obterem estas células levou investigadores em todo o mundo a procurarem fontes alternativas. Essas fontes apareceram pelo trabalho científico, e hoje pode dizer-se que, para se conseguirem resultados terapêuticos, não são necessárias células tiradas de embriões, destruindo-os, já que as encontramos no líquido amniótico e no sangue do cordão umbilical.
Catolicismo — Discute-se na Supremo Tribunal Federal o tema da utilização de células-tronco embrionárias em pesquisas médicas. Em caso de aprovação por parte dos magistrados, o Sr. acha que isso trará mesmo algum avanço para o mundo científico brasileiro?
Prof. Dr. Daniel Serrão — Como acabo de responder, não há hoje necessidade de usar células-tronco de origem em embriões. No recente livro Cell Therapy, editado pela McGrawHill, e no qual tive a honra de colaborar, estão apresentados os resultados, nos diferentes campos, do uso terapêutico de células somáticas com função estaminal. No interesse dos doentes, os países que têm condições para fazer investigação com estas células devem subsidiar os ensaios com as células de adultos, pois com estas podem obter-se, em curto prazo, resultados positivos, particularmente em doenças cardíacas e do sistema nervoso.
Catolicismo — Sabe-se que em alguns países essas pesquisas com células-tronco embrionárias já se fazem há algum tempo. Divulga-se algum fruto real dessas pesquisas?
Prof. Dr. Daniel Serrão — Não há um único resultado terapêutico em seres humanos com células-tronco de origem em embriões humanos. Os principais problemas –– que são o controle da capacidade de transformação dessas células-tronco embrionárias em células tumorais, e a própria estabilidade do fenótipo de célula-tronco não diferenciada e das células diferenciadas obtidas das células-tronco –– não estão resolvidos. E sem estarem resolvidos, não se vislumbra qualquer aplicação em doentes. Pelo contrário, as células-tronco obtidas em estruturas adultas, em particular na medula óssea, há muitos anos dão resultados excelentes em leucemias e linfomas, e nos casos de neoplasias em que é necessário aplicar terapias que destroem a medula óssea. Atualmente é possível “guardar” células-tronco obtidas da criança logo após nascer, e se for necessário, usá-las anos depois, sem nenhum problema de rejeição imunológica. Se os resultados dos investigadores japoneses e americanos vierem a ser desenvolvidos com sucesso, qualquer célula do nosso organismo adulto poderá ser transformada, por engenharia de genética molecular, em célula com as características de célula-tronco embrionária.
Catolicismo — Que mensagem o Sr. gostaria de dar aos leitores de Catolicismo, para incentivá-los na luta contra a prática do aborto?
Prof. Dr. Daniel Serrão — A mensagem é só uma: aprender a ter respeito pelo corpo próprio e pelo corpo do outro. Respeito, antes de mais, biológico, pois todo corpo vivo apela a viver, e esse apelo tem de ser escutado e respeitado. A criança que está a desenvolver-se apela à mãe para viver, com a linguagem própria do equilíbrio biológico. Depois, respeito ao nível humano, porque o feto é já da nossa família humana, mesmo que ainda não fale conosco; mas vai falar em breve, e se já falasse, pediria que não fosse morto. Finalmente, respeito espiritual, porque o ser que se desenvolve no útero da mãe não é uma coisa, mas uma estrutura pessoal, que irá manifestar-se como pessoa espiritual à medida que o tempo passar.
No ato de abortar, o abortador destrói uma vida biológica, mata um corpo humano pessoal e anula a expressão de um espírito. Espírito que, para nós católicos, é a marca do Criador em nosso corpo, desde a concepção.
Veja:
Revista Catolicismo
http://www.fundadores.org.br/AbortoNao/principal.asp?IdTexto=1085&pag=1&categ=5
terça-feira, 15 de julho de 2008
Programas de abstinência reduzem aborto e gravidez entre jovens
De acordo com esse relatório oficial (resumo em inglês): http://www.healthfinder.gov/news/newsstory.asp?docID=614560), o aborto e as gestações precoces concentram-se sobretudo na população negra e hispânica. Também diminui a porcentagem de abortos, que foi reduzida pela metade neste tempo.
O declínio no número de abortos e gestações precoces tem relação com o fato de que durante dez anos os Estados Unidos investiram 1 milhão 300 mil dólares em dinheiro público para fomentar a abstinência sexual entre os jovens.
Um novo relatório intitulado "Abstinence Education: assessing the evidence”, apresentado em 22 de abril, examina 21 estudos sobre programas de educação para a abstinência e conclui que demonstraram a eficácia destes programas para adiar a idade da iniciação sexual.
Um exemplo é o programa “Reasons of Heart” (razões do coração). Em um ano de implementação atestou que apenas 9,2% dos que eram virgens ao cursá-lo haviam mantido relações sexuais, quase a metade dos que não o seguiram, dos quais 16,2% mantiveram relações.
Mais profundos são os resultados do programa “Best Friends”. As meninas que o cursaram multiplicaram por 6,5 a possibilidade estatística de abster-se de relações sexuais e também de fumar (2,4 menos fumantes), de se drogar (8 vezes menos) e de se abster de álcool (quase duas vezes menos).
De acordo com os autores do relatório, “os programas de formação para a abstinência não afetam apenas o comportamento sexual, mas possibilitam aos jovens tomar decisões, fundamentar sua responsabilidade pessoal e desenvolver relações e casamentos sadios no futuro.”
O relatório também aponta que os governos gastam até 12 vezes mais em fomentar a educação sexual contraceptiva do que a abstinência. A Associação Nacional de Educação para a Abstinência (www.abstinenceassociation.org), em um estudo de janeiro de 2008, calculou que a cada dólar gasto em educação para a abstinência, os contribuintes economizam outros 6 dólares em custos relacionados com a gravidez e a maternidade precoce.
África
Também na África, e em um campo bem diferente (cultura e idade) na luta contra a Aids foi confirmada a eficácia das campanhas baseada na abstinência e na fidelidade. No início de abril, o congressista norte-americano por New Jersey, Chris Smith, analisou os frutos de cinco anos do Plano de Emergência do Presidente para combater a Aids (PEPFAR): “Após cinco anos do início do PEPFAR, foi demonstrada a eficácia e a importância de promover a abstinência e ser fiel. A evidência é inegável”, afirmou Smith. Citando dados do USAID, do Departamento de Estado e do Departamento de Saúde dos Estados Unidos, ressaltou o impacto das campanhas sobre abstinência na Uganda, no Quênia e no Zimbábue.
“Estes três países com epidemias generalizadas confirmaram a redução de HIV e, em cada país, os dados apontaram o crescimento do programa AB (abstinência e fidelidade)”.
De acordo com um relatório de 2006, publicado pela revista “Science”, a taxa de Aids entre os habitantes do Zimbábue entre 17 e 29 anos caiu em 23% entre 1998 e 2003. Entre as mulheres de 15 a 24 anos, caiu em 49%.
Cinco estudos que confirmam a eficácia da Educação para a Abstinência
1. YRBSS: Trends in Prevalence of sexual Behavior, CDC, 2005
Esta pesquisa do CDC (Centro de Controle de Doenças) revelou que a porcentagem de estudantes que não mantinham relações sexuais passou de 45,9% em 1991 para 53,2% em 2005.
2. Santelli, Journal of Adolescent Health, 2004
Esta pesquisa entre estudantes mostrou que diminuiu o número de gestações entre adolescentes e que 53% do total se deve à queda do número de relações sexuais.
3. Reasons of heart, American Journal Health Behavior, janeiro de 2008-05-02
Meninos e meninas adolescentes virgens que cursaram o programa “Reasons of heart” de educação para a abstinência tendiam a manter-se sem ter relações sexuais. Comparados com os que não participaram, havia 50% menos adolescentes que já tinham tido iniciação sexual.
4. Not me, not now, Journal of Health Communications, 2001
No distrito de Monroe, Nova York, o conteúdo do programa para a abstinência de “Not me, not now” foram distribuídos massivamente durante cinco anos. O número de menores de 16 anos que mantiveram relações sexuais caiu 32%. A taxa de gestações na adolescência caiu 63,4% em 1993 para 49,5% em 1996.
5. Heritage keepers, Mathematica Policy Research, HHS, agosto de 2007
O programa de abstinência teve início com estudantes da Carolina do Sul de 11 anos de idade e foram medidos os resultados aos 16 anos. 82% disseram não ter mantido relações sexuais no ano anterior e 73% nunca ter tido relações sexuais. Compare-se com a média de abstinência para a idade na Carolina do Sul (48%) e dos Estados Unidos (53%).
segunda-feira, 14 de julho de 2008
Aborto não figura entre as dez causas de morte materna
Brasília - 31/05/2006 - Um estudo feito nas capitais brasileiras e no Distrito Federal mostra que o acidente vascular cerebral, conhecido como derrame, é a principal causa de morte entre mulheres com idade entre 10 e 49 anos. Em seguida, vêm as mortes por Aids e, no terceiro posto, o homicídio.
O trabalho, conduzido pelo professor da Faculdade de Saúde Pública Rui Laurenti e financiado pelo Ministério da Saúde, foi apresentado ontem, durante cerimônia pelo Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna, comemorado domingo.
Para o professor, os números revelam que o combate à hipertensão deve ser eleito como item prioritário para a saúde da mulher. O problema, batizado pelos médicos de "mal silencioso", está relacionado a cerca de 60% das mortes de mulheres em idade fértil.
O relatório apresentado por Laurenti mostra que mortes causadas durante e após o parto não figuram entre as dez primeiras causas. E estão bem abaixo das estatísticas apresentadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
"Pelas nossas contas, a taxa é de 54 por 100 mil nascidos vivos. É um número alto, muito ruim, porque a maioria poderia ser evitada. Mas está bem distante da tragédia apontada pela OMS", afirmou.
Outro mito derrubado foi o número de mortes ocorridas em decorrência do aborto. "Este é outro problema grave, sem dúvida. Mas as mortes estão longe das 500 mil anuais que algumas pessoas insistem em dizer. Se o número fosse real, a população feminina estaria extinta."
Segundo o professor, os abortos respondem por 11,4% das mortes relacionadas à gestação e ao parto.
Fonte: http://www.aids.gov.br/main.asp?View={DA56F374-128A-40FB-B16F-D08A1F5DD07B}&BrowserType=IE&LangID=pt-br¶ms=itemID={3B616F4B-D2FB-4ED4-8AC5-0B987702B239};&UIPartUID={D90F22DB-05D4-4644-A8F2-FAD4803C8898}
O estudo do Dr. Rui Laurenti pode ser encontrado no endereço abaixo:
http://www.scielo.br/pdf/rbepid/v7n4/08.pdf
Publicado no Portal da Família em 09/07/2008
sexta-feira, 11 de julho de 2008
Cientistas comentam versão 2.0 de célula adulta que 'age' como embrionária
Nova geração de célula iPS precisa da adição de só dois genes para ganhar versatilidade.
Objetivo último é conseguir transformação sem usar vírus, viabilizando uso terapêutico.
Bruna Paulsen e Stevens RehenEspecial para o G1
Como lembrou bem Joseph Costello, em comentário na revista científica "Nature", publicitários e até cientistas têm empregado, talvez inocentemente, um simples ‘i’ associado a diversas tecnologias inovadoras. Foi assim com iMac, iPhone, iPod, Wii, RNAi e, mais recentemente, com as células iPS, que chegaram para "revolucionar" as pesquisas com células-tronco.
No entanto, apesar da comparação, o ‘i’ que acompanha a sigla iPS significa mais do que uma simples etiqueta da nova geração. Ele provém do inglês induced pluripotent stem cell, que denomina células pluripotentes geradas a partir de células adultas, ou seja, já diferenciadas (especializadas).
Teoricamente, as células adultas, ou somáticas, originaram-se durante o desenvolvimento embrionário, derivadas de células pluripotentes, ou seja, células com potencial de se transformar em todos os tipos celulares do indivíduo adulto. Contudo, uma vez diferenciadas, essas células não adquirem mais a pluripotencialidade espontaneamente.
Resgate da versatilidade
A geração das células iPS garantiu, justamente, o resgate da pluripotencialidade das células adultas. Dessa maneira, foi possível criar células-tronco embrionárias, ou pluripotentes, a partir de células da pele de um paciente, por exemplo, com a mesma carga genética do doador das células, evitando possível rejeição em caso de transplantes.
Esse resgate foi garantido pela inserção de alguns genes – conhecidos pelas siglas Oct4, Sox2, c-Myc e Klf4, bem como Nanog e LIN28 – relacionados à pluripotencialidade, com a ajuda de vírus que serviam de vetores, carregando esses genes. As células reprogramadas eram muito semelhantes às células-tronco embrionárias, em todos os aspectos. Apesar da fantástica sacada, que acabaria com a discussão sobre a utilização de embriões para aquisição de células-tronco embrionárias, esse sistema ainda apresentava algumas falhas que precisavam ser sanadas para se começar a pensar na possibilidade de substituição do modelo atual de células pluripotentes "genuínas" pelas células iPS.
Uma dessas falhas seria a utilização de vetores virais para inserção dos genes, versões biológicas de cavalos-de-tróia capazes de incluir seqüências de DNA em locais indesejados do genoma, ocasionando o mau funcionamento da célula, por exemplo. Outro problema seria a utilização de genes como c-Myc, os quais, quando têm a sua expressão (ativação) descontrolada, podem originar células tumorais.
Minimizando as falhas
Tentando minimizar essas falhas, uma equipe alemã liderada pelo pesquisador Hans Schöler acaba de publicar um trabalho na revista "Nature", relatando a geração de iPS a partir de células precursoras de neurônios, com a utilização de apenas dois genes indutórios.
Com a inserção de quatro genes – Oct4, Sox2, c-Myc e Klf4 – a equipe obteve sucesso na reprogramação, reproduzindo os resultados das primeiras iPS, induzidas a partir de células de pele, pelas equipes dos pesquisadores Shinya Yamanaka e Rudolf Jaenisch.
Posteriormente, Schöler arriscou a retirada de cada um desses genes e observou que as iPS só apareciam quando o gene Oct4 estava incluído na combinação de três genes. De forma mais ousada, a equipe alemã apostou na utilização de apenas dois genes e obteve sucesso nas combinações tanto de Oct4 e Klf4 (mais eficiente), como de Oct4 e c-Myc. Isso foi possível pois, como verificado anteriormente pelo grupo, as células neurais de camundongo expressam naturalmente altos níveis de Sox2 e c-Myc, sendo admissível a remoção desses genes para a indução das iPS usando essas células como fonte.
Baseado nesses dados, Schöler propõe que o mais indicado para a geração de iPS sejam células somáticas que expressem altos níveis de alguns desses indutores, como é o caso dos progenitores neurais utilizados, reduzindo a necessidade de utilização de quatro vetores virais. Além do mais, sugere que seja investigada a utilização de substâncias químicas capazes de controlar a expressão de genes associados à pluripotencialidade, como Oct4 e Klf4, evitando-se assim o uso do vetor viral. Dessa maneira, não só os riscos associados à utilização de vetores virais seriam minimizados como também a utilização exógena de fatores de risco como o c-Myc. Bem-vinda seja a versão 2.0 das iPS!
Bruna Paulsen e Stevens Rehen são pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
quinta-feira, 10 de julho de 2008
Por 57 x 4, CCJ rejeita projeto que descriminaliza aborto no País
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania rejeitou há pouco o projeto de lei que descriminaliza o aborto praticado pela gestante ou com seu consentimento (PL 1135/91). A matéria será arquivada se não houver recurso, em cinco sessões, para ser votada pelo plenário da Câmara.
A comissão acolheu o parecer do relator, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que apresentou parecer pela inconstitucionalidade da proposta.
quarta-feira, 9 de julho de 2008
Anúncio contra o aborto em meninas não nascidas ganha Leão de Ouro em Cannes
Este ano o juri reunido em Cannes, França, (normalmente bem sensível a ideologia feminista) surpreendentemente decidiu premiar com um Leão de Ouro na categoria mídia impressa, um anúncio que trata do drama do aborto seletivo na Índia, e que inclusive se opõem a ele. Aliás, problema este já refletido aqui no Cultura da Vida recentemente.
O anúncio merece realmente todos os méritos por ter a coragem de tocar em um assunto tão abafado pela mídia (que é o aborto seletivo) e além disso, por ser tão simples e direto e ao mesmo tempo impactante e criativo. Tudo isso sem deixar de propor o fim da prática abortiva.
Segue o anúncio com a respectiva tradução feita pelo Cultura da Vida. Não deixe de passar adiante.
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Como cuidar bem do nome da família.
1. Insira uma droga chamada Laminaria dentro da vagina de uma mulher grávida de 21 semanas. Isso ajudará a dilatar o cervix pela absorção de toda a água do útero. Depois de cerca de 12 horas, a Laminaria começará a agir na parte externa do útero fazendo o cervix expandir ao seu máximo.
2. Introduza um par de fórceps dentro do canal vaginal. Neste ponto o feto estará parcialmente desenvolvido e já possuirá mãos e pernas capazes de chutar. Agarre-o pelas pernas e puxe-o pelo canal vaginal.
3. Extremo cuidado deve ser tomado para que a cabeça do feto realmente fique dentro do ventre materno, já que ele ainda estará vivo.
4. Insira um par de tesouras no cabeça do feto. Rotacione-o nas duas direções fazendo uma ferida grande o suficiente para que o próximo par de instrumentos entre em ação. (Neste momento ele não pode sentir nada, e a única parte do feto que ainda se encontra vivo é a batida do coração.) Tenha em mãos cotonetes suficientes para absorver todo o sangue e demais tecidos do feto.
5. Depois, insira um catéter largo de sucção, que parece muito com um aspirador de pó, dentro do crânio do feto e sugue seu cérebro para dentro. Na ausência de um catéter de sucção, uma seringa normal vazia fará o trabalho.
6. Uma colher em forma de espátula deve ser usada para distroçar o crânio mutilado. Deverá ser usado inclusive para limpar o ventre e remover todos os traços da presença de um feto feminino morto.
7. Depois de três meses, tente novamente por um menino.
Na Índia, todos os anos, 1,1 milhão de meninas não nascidas morrem antes de nascerem. Para acabar com o feticídio feminino, entre em contato com a The Aadhar Association pelo 022 28885018
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terça-feira, 8 de julho de 2008
Debate e votação sobre aborto ficam para amanhã
Elton Bomfim
Genoíno (C) diz que vai manter a estratégia, nesta quarta-feira, de adiar a votação por meio de instrumentos regimentais.
A discussão do projeto que descriminaliza o aborto (PL 1135/91) foi adiada para esta quarta-feira (9), assim como a votação da proposta. O debate estava previsto para a reunião desta terça, mas, por falta de quorum, foi transferido para amanhã.
Ao fazer uso de instrumentos regimentais, o deputado José Genoíno (PT-SP) pediu a verificação do número de deputados presentes na reunião de hoje. Como não havia o mínimo de 31 parlamentares, a reunião caiu antes mesmo de iniciada a discussão do projeto.
Contrário ao parecer
Genoíno discorda do parecer do relator, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que vota pela inconstitucionalidade da proposta. Cunha está confiante na aprovação de seu parecer. "Ele foi feito com base jurídica e tem a prova da inconstitucionalidade da proposição e da injuridicidade da matéria. Como a comissão é técnica e a maioria dos parlamentares são juristas de grande conhecimento técnico, acredito que a análise será favorável a meu relatório."
Para Genoíno, o debate sobre a descriminalização do aborto provocado pela gestante ou com o seu consentimento precisa ser aprofundado. O deputado apresentou voto em separado ao parecer do relator. E, por isso, ele avisa que vai manter a estratégia de adiar a votação por meio de instrumentos regimentais.
A reunião está prevista para as 9 horas, no plenário 1.
segunda-feira, 7 de julho de 2008
Nasce em São Paulo bebê que foi gestado fora do útero
Valdir Gabriel nasceu de oito meses, com dois quilos e 42 centímetros.
Padrão de gravidez é raro: ocorre apenas uma vez a cada 40 mil gestações.
Um caso raro acaba de ter um final feliz no Hospital das Clínicas, em São Paulo. Um bebê gerado fora do útero materno nasceu saudável, após oito meses de gravidez.
Era o segundo filho de Maria Benedita, que descobriu após cinco meses de gestação que o feto estava alojado não no útero, onde deveria estar, mas numa região mais acima, próxima do estômago.
Casos de gravidez fora do útero são bem conhecidos da literatura médica, embora aconteçam raras vezes -- uma em cada 40 mil gestações. Esse tipo de gravidez costuma ser interrompido pelos médicos para resguardar a vida da mãe, uma vez que a continuidade da gestação leva à morte em 40% dos casos e o bebê sobrevive em apenas 5% dos casos. No caso de Maria Benedita, a situação era ainda mais arriscada, pelo fato de ter engravidado após os 40 anos. Mas ela resolveu arriscar e foi recompensada.
Depois de duas horas de cirurgia, seu filho, Valdir Gabriel, nasceu com dois quilos e 42 centímetros -- o que é considerado muito saudável, pelas circunstâncias. "Eu venci, graças a Deus, não desisti nem um segundo", disse a feliz mamãe.
O embrião se desenvolveu no espaço entre o estômago e o útero e teve ajuda decisiva de uma camada de gordura chamada epiplon, que serva como mecanismo de defesa para o organismo. O epiplon envolveu a placenta e fez as vezes de útero.
Segundo os médicos, o quadro anormal provavelmente se desenvolveu porque a fecundação do óvulo teria se dado muito próxima à entrada do espermatozóide na trompa, de forma que não houve tempo hábil para conduzir o óvulo fecundado para dentro do útero.
domingo, 6 de julho de 2008
ABORTO LIVRE DURANTE OS NOVE MESES DEVERÁ SER VOTADO NA TERÇA-FEIRA
A proposição ocupa o item 19 da pauta da reunião ordinária, a ser realizada no plenário 1 do anexo II da Câmara dos Deputados.
http://www.camara. gov.br/internet/ ordemdodia/ integras/ 583411.htm
Fale com os deputados do seu Estado:
http://www2. camara.gov. br/internet/ popular/falecomd eputado.html
Escreva, por exemplo:
Senhor Deputado, solicito a Vossa Excelência que VOTE COM O RELATOR deputado Eduardo Cunha, o qual deu parecer CONTRÁRIO ao PL 1135/91, que pretende liberar o aborto durante os nove meses de gestação. As criancinhas agradecem.
Use também o Disque Câmara 0800 619 619 para enviar gratuitamente sua mensagem aos deputados.
Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
Presidente do Pró-Vida de Anápolis
http://www.providaa napolis.org. br
quinta-feira, 3 de julho de 2008
Estudo: bebês sentem mais dores do que se pensava
Um estudo conduzido por pesquisadores britânicos sugere que bebês recém-nascidos sentem mais dor do que se pensava.
A equipe, do University College London, afirmou que os bebês demonstram dores ou desconforto não apenas quando choram, mas também quando dobram pés e pernas, arqueiam as costas, esticam os dedos e fazem caretas.
Os especialistas monitoraram a atividade cerebral de 12 bebês, alguns deles prematuros, durante o teste do pezinho - um procedimento médico doloroso que consiste em retirar algumas gotas de sangue do bebê para detectar possíveis doenças genéticas e infecciosas que poderão afetar seu desenvolvimento.
O estudo, divulgado na publicação científica 'Public Library of Science: Medicine', detectou que expressões faciais, como caretas, olhos espremidos e testa franzida já eram suficientes para indicar que os bebês estavam sentindo dor.
O choro, afirmaram os pesquisadores, apontava que a dor estava muito forte.
Preocupação
O monitoramento do cérebro ainda revelou que alguns recém-nascidos tiveram reações cerebrais associadas a dor mas não as expressaram por meio de respostas físicas, o que, na avaliação dos especialistas, levanta suspeitas de que os médicos podem estar "subestimando o quanto os bebês sofrem com dores".
A coordenadora do estudo, Rebeccah Slater, espera que o trabalho ajude médicos e pais a melhor identificar os sinais de dor por meio de expressões e movimentos corporais.
"Apesar de nosso estudo ser pequeno, aumenta a preocupação sobre as ferramentas que são utilizadas pelos médicos para estabelecer o nível de dor em recém-nascidos", disse a médica.
Ainda segundo a pesquisadora, o choro das crianças não é a melhor forma de avaliar sua dor.
"Elas choram quando estão com dor, mas também o fazem quando estão com frio, fome, cansadas ou estressadas".
"Então só porque um bebê está chorando não significa que esteja com dor. Além do mais alguns nem choram quando sentem dores".
BBC Brasil
quarta-feira, 2 de julho de 2008
Alemão facilita obtenção de células "éticas"
Cientistas alemães acabam de simplificar a receita para a obtenção das chamadas células pluripotentes induzidas, as ansiadas células-tronco equivalentes às embrionárias que podem ser produzidas sem o uso de embriões.
Em estudo publicado on-line ontem na revista "Nature", eles mostram que é possível induzir esse comportamento usando apenas metade dos genes necessários --e eliminando o risco de câncer.
As células-tronco de pluripotência induzida (iPS) são criadas ao se injetar em uma célula comum quatro genes. No entanto, um deles, o c-Myc, traz risco potencial aos pacientes, por estar envolvido em tumores.
O grupo liderado por Hans Schöler, do Instituto Max Planck de Biomedicina, descobriu como induzir pluripotência em células de camundongo usando apenas dois genes.
O problema é que as células transformadas pelo grupo são células-tronco adultas neurais, elas mesmas difíceis de obter. O grupo acha, não obstante, que o estudo ajudará a acelerar o desenvolvimento de terapias em humanos, pois torna a técnica mais fácil e segura.