segunda-feira, 21 de julho de 2008

Pesquisa embargada

Nota por dr. Rodrigo Pedroso

Enquanto a mídia podre faz um estardalhaço para liberar a destruição de seres humanos para o fim de obter células-tronco embrionárias (as quais não curaram ninguém em mais de 20 anos de pesquisas), a burocracia do Ministério da Saúde (ou Cemitério da Saúde) impede a pesquisa com células-tronco adultas (aquelas cuja eficácia terapêutica já foi comprovada e que não precisam de que alguém seja morto para serem extraídas), como mostra a notícia a seguir.

Na verdade, os interesses poderosos que estão por trás desta manipulação midiática têm muito pouco que ver com a cura dos que sofrem de doenças degenerativas. O objetivo oculto desse processo é a clonagem humana, em que empresas supercapitalistas globais estão investindo pesadamente, conforme a Dra. Lily E. Kay, PhD em História das Ciências pela Universidade John Hopkins, expôs em seu livro The Molecular Vision of Life: Caltech, the Rockefeller Foundation and the Rise of the New Biology, publicado em conjunto pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology) e pela editora da Universidade de Oxford. Infelizmente, este livro só se encontra em sua versão original em inglês, que pode ser adquirida aqui:
http://www.amazon.com/Molecular-Vision-Life-Rockefeller-Foundation/dp/0195111435

Que a liberação da destruição de seres humanos para a obtenção de células-tronco embrionárias seja o primeiro passo para a liberação da clonagem humana foi confessado por uma de suas defensoras, a dra. Lygia da Veiga Pereira:

"Quanto à clonagem terapêutica, a colaboração entre grupos que fazem clonagem animal e aqueles que trabalham com CTs embrionárias poderia tornar esta prática uma realidade no país. Porém, como resultado das negociações envolvidas na aprovação do PL de Biossegurança, este proíbe a clonagem terapêutica. Não tem problema, a conquista do direito de utilizar embriões congelados para pesquisa foi um primeiro e importantíssimo passo – quem sabe em uma segunda rodada a clonagem terapêutica possa ser re-negociada?"
http://www.sbpcnet.org.br/livro/57ra/programas/CONF_SIMP/textos/lygiapereira.htm

Ciência e burocracia / Estudo da USP, que poderia mudar a vida dos diabéticos, está parado há dois anos em conselho de ministério

GUILHERME TAVARES
Gazeta de Ribeirão
guilherme.tavares@gazetaderibeirao.com.br

Uma pesquisa pioneira que poderia mudar a vida dos pacientes com diabetes do tipo 1 está parada há dois anos na Comissão de Ética em Pesquisa, em Brasília (Conep), do Ministério da Saúde, à espera de um parecer. O procedimento que usa infusão de células-tronco em humanos, desenvolvido pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), da USP, proporcionaria melhor qualidade de vida aos pacientes.

Intitulado “infusão de células-tronco mesenquimais (MSC) como tratamento do diabetes do tipo 1”, a pesquisa foi desenvolvida pela equipe de transplante de células-tronco da FMRP, do Hemocentro e do Hospital das Clínicas.

O Conep informou, por meio de nota, que o projeto foi analisado na última reunião de junho e o seu parecer encontra-se em fase de finalização para posterior envio ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da USP de Ribeirão, mas não há uma data determinada. A diretoria do CEP da FMRP não foi encontrada para comentar o assunto.

De acordo com Carlos Eduardo Barra Couri, médico endocrinologista e um dos pesquisadores, o procedimento é revolucionário, barato e traria mais conforto aos pacientes. O tratamento é baseado na utilização de células mesenquimais, que são células-tronco adultas e não embrionárias, que regeneram o pâncreas e impedem que o sistema imunológico agrida o órgão. “É uma pena que demore tanto para aprovar uma pesquisa importante como essa. Poderia mudar a vida de muita gente”, disse Couri.

Atualmente existe um tratamento com células-tronco direcionado aos diabéticos, desenvolvido pela USP de Ribeirão que elimina o uso de insulina, mas utiliza quimioterapia. O tratamento consiste em “desligar” o sistema imunológico do paciente para que ele pare de agredir o pâncreas, mas também deixa a pessoa vulnerável a qualquer tipo de doença. Além disso, o paciente passa por todos os inconvenientes da quimioterapia, como queda de cabelo, mal estar e vômitos. Esse procedimento só pode ser feito em pacientes com idades entre 12 e 5 anos, que tenham diabetes tipo 1 há menos de 42 dias. Em cinco anos, 22 pessoas submeteram-se a esse procedimento, 15 nunca mais tomaram insulina. O processo com células-tronco mesenquimais eliminaria esse procedimento e as conseqüências de mal estar.

Dados do Ministério da Saúde mostram que a cada dez segundos, uma pessoa morre por conseqüências do diabetes, e nesses mesmos dez segundos, seis pessoas adquirem a doença.

Auxiliar fez quimioterapia

Com apenas 18 anos, o auxiliar administrativo Humberto Flauzino Guimarães já passou pela experiência de ser diabético. Ele descobriu a doença no ano passado e submeteu-se ao tratamento quimioterápico da FMRP para "desligar" o sistema imunológico e nunca mais precisou aplicar insulina.

"Escolhi fazer o tratamento porque queria mais qualidade de vida", disse ele, que ao descobrir o diabetes tipo 1 em abril de 2007 começou a tomar insulina imediatamente.

"As taxas de glicemia estavam muito altas e precisava tomar insulina imediatamente para controlar a doença", disse.

Guimarães submeteu-se ao tratamento com células-tronco para prevenir doenças futuras. Mas para isso teve que passar pela quimioterapia. "Não é ingratidão, mas se eu pudesse ter feito algum tratamento que não fosse o da quimioterapia seria muito melhor. Os efeitos colaterais são fortes e fiquei um semestre todo com uma vida muito limitada."

Hoje, livre da doença, a única preocupação é que todos deveriam ter: alimentação saudável e atividades físicas regulares. (GT)

Fonte: http://www.gazetaderibeirao.com.br/conteudo/mostra_noticia.asp?noticia=1586776&area=92020&authent=526E21725A0560EBD72AE9CABCD9E0