Hoje um brasileiro infeliz deixou aqui um comentário que causou espanto
pela infantilidade de argumentação e pela estreita ótica de humanidade:
"legalizar aborto não vai obrigar as cristãs a abortarem, vai abortar
quem quiser".
É sempre aquele mesmo pensamento que insiste em
não olhar para a realidade do nascituro, para sua condição de
pertencente da raça humana e portanto, receptáculo de dignidade e de direitos que independem das circunstâncias externas, porque é um de nós, e merece viver.
Mutatis mutandis, é o mesmo absurdo que dizer: "legalizar o sequestro
não vai obrigar o cristão a sequestrar, vai sequestrar quem quiser", ou
"legalizar o estupro não vai obrigar o cristão a estuprar...", com a
diferença de que esses crimes acontecem à humanos adultos, e o aborto, à
humanos em sua primeira idade.
Se não olharmos para a
realidade do nascituro e para a sua dignidade intrínseca correremos
sempre o risco de tratar a vida nascente com uma ignorância imperdoável.