A pergunta feita pela enquete do Uol não poderia comprovar mais a tese de que as audiências marcadas para negociar a vida humana deficiente foram feitas senão para "armar o circo" da opinião-pública contra todos aqueles que defendem a vida humana: "Mulher deve ter direito a interromper gravidez de feto sem cérebro?"
É essa, em resumo nú e crú, a mensagem que a grande imprensa tem comunicado aos brasileiros: o bebê que sofre de anencefalia é um ser sem cérebro. E a "interrupção da gravidez" não seria um aborto, um assassinato cruel e vexatório de um ser humano em seu estado mais indefeso, mas uma simples receita de bolo que não deu certo. Duas mentiras em uma única frase.
Mas como pode ser sem cérebro se seu coração bate, seus órgãos funcionam, se desenvolve e cresce dentro do útero? Como pode ser sem cérebro se mantém preservado o tronco cerebral que comanda a respiração, o batimento cardíaco e tantos outros reflexos invonluntários? Como pode ser sem cérebro se a pequena Marcela viveu mais de um ano depois de nascer, se alimentando, crescendo, sorrindo, chorando?
Defensores do aborto, tenham pelo menos o mínimo de ética, de respeito as nossas inteligências e ganhem essa luta com honestidade, verdade e coerência de intenções. Enquetes como essas são um insulto, um golpe sujo que nem o maior sofista teria coragem de proferir. Sim, esses bebês morrem em geral pouco tempo depois do nascimento, mas para chegarem a morrer, é porque nasceram vivos, e como uma vida que pertencia somente a eles. Não a vocês.