sexta-feira, 18 de abril de 2008

Cientistas dos EUA tratam Parkinson com células-tronco ADULTAS "reprogramadas"

Obs.: A palavra "adulta" foi novamente adicionada no título da matéria pelo blog. O pessoal anda se esquecendo que o papel do jornalismo é elucidar, e não confundir.


CHICAGO, EUA (AFP) - A terapia com células-tronco obtidas a partir de células da pele reduziu consideravelmente os sintomas do mal de Parkinson em ratos, de acordo com estudos publicados nesta segunda-feira nos Estados Unidos.

Cientistas do Instituto de pesquisa Biomédica Whitehead em Cambridge, Massachusetts, utilizaram uma técnica recente para reconstruir células-tronco a partir de células da pele e depois tratarem as cobaias que sofriam dessa doença neurológica degenerativa.

Quando os ratos foram estudados várias semanas depois do transplante dessas células, os sintomas do Mal de Parkinson haviam reduzido consideravelmente, confirmando que as células-tronco "reprogramadas", que faz as vezes das embrionárias, poderiam substituir neurônios perdidos ou afetados.

"É a primeira demonstração de que as células reprogramadas podem se integrar ao sistema cerebral ou ter um efeito positivo sobre uma doença neurodegenerativa", indicou Marius Wering, principal autor da pesquisa divulgada nas Atas da Academia Nacional de Ciências.

A terapia celular é apresentada como promissora para as enfermidades neurodegenerativas como o mal de Parkinson e o Alzheimer, já que as células-tronco têm a capacidade de se diferenciar no corpo, substituindo as células mortas ou afetadas pela doença. No entanto, o uso de células-tronco embrionárias gera controvérsia devido às implicações éticas.

No final de 2007, cientistas americanos e japoneses anunciaram haver concebido métodos para reprogramar as células da pele dando-lhes características das células-tronco.

As experiências dos pesquisadores do Instituto Whitehead demonstraram pela primeira vez em animais que as células-tronco reprogramadas atuam como se pensava.

"Provamos que as células reprogramadas têm o potencial de ser utilizadas em terapia, mas ainda temos que encontrar meios mais seguros e melhores para gerar estas células", admitiu Wernig.

O mal de Parkinson é uma desordem que afeta ou provoca a morte dos neurônios, caracterizada pela lentidão nos movimentos voluntários, debilidade e rigidez muscular e tremor rítmico dos membros.