quarta-feira, 18 de março de 2009

Cientistas e intelectuais se manifestam contra aborto na Espanha

17/03/2009 - 15h21

da France Presse, em Madri

Uma associação contra o aborto apresentou nesta terça-feira (17) um manifesto assinado por centenas de cientistas e intelectuais contra o projeto do governo para legalizar a interrupção voluntária da gravidez dentro de um prazo determinado.

Os assinantes consideram no manifesto "que o aborto é um ato simples e cruel de interrupção de uma vida humana", afirmando que a vida começa no momento da fecundação.

Divulgação
Campanha publicitária anti-aborto, capitaneada por bispos católicos; cientistas e intelectuais assinam manifesto contra a prática na Espanha
Campanha antiaborto traz bebê comparado à preservação de espécies na Espanha; cientistas assinam manifesto contra a prática

"Quase mil cientistas e intelectuais assinaram o texto", afirmou, durante entrevista à imprensa, um dos promotores da iniciativa, Nicolás Jouve de la Barreda, professor de genética da Universidade de Alcalá de Henares, em Madri.

A iniciativa da associação HazteOir, que é contra o aborto e a eutanásia e a favor da família como instituição básica da ordem social, coincide com o lançamento, pela Igreja espanhola, de uma polêmica campanha publicitária contra o aborto.

Os bispos espanhóis lançaram uma campanha para denunciar o fato de espécies animais ameaçadas estarem mais protegidas, segundo eles, do que embriões humanos na Espanha.

O fundador de HazteOir, Ignacio Arsuaga, que se declara católico, considerou que a campanha dos bispos foi muito bem-feita e aborda bem o problema.

Na campanha dos bispos, um bebê aparece ao lado de um lince ibérico --espécie protegida na Espanha por sua vulnerabilidade--, com a frase "Lince protegido". O bebê pergunta: "E eu?" e, acrescenta, "Proteja minha vida!"

O governo espanhol quer permitir o aborto livre legal dentro de um prazo de gestação limitado, como já ocorre em diversos países europeus.

Atualmente, o aborto é permitido no país durante as primeiras 12 semanas de gestação em caso de estupro, 22 semanas em caso de má-formação do feto, e sem limite de tempo em caso de risco físico ou psíquico para a mãe.