Paulo Roberto Campos
— “Boa tarde!”, disse o passageiro.
— “Aborto é uma lei assassina!”, respondeu o taxista.
Estranho esse cumprimento, não é? Muito! E por isso me explico.
Terminada a grande manifestação antiaborto, ocorrida ontem (28-03-09) na Praça da Sé, peguei um táxi num ponto da própria praça. Entrei no primeiro que estava livre e… entabulou-se o diálogo acima.
O taxista percebendo que eu estava saindo da manifestação, perguntou-me se tudo tinha transcorrido bem.
— “Muito bem! Foi ótimo!”
— “Mesmo eu estando de fora, deu para perceber o engajamento do povo”.
— “É verdade. Gente entusiasmada, vinda de diversos bairros, e até de outras cidades, para manifestar seu repúdio à legalização do aborto, que o Sr. classificou muito bem: “lei assassina”.
Até o táxi chegar frente ao prédio onde moro, a conversa foi toda a respeito da questão do aborto no Brasil e sobre o ato que tinha se encerrado há pouco na Praça da Sé.
Assim como o cumprimento inicial, a despedida também foi estranhíssima… Reveladora de uma nova mentalidade que está nascendo:
— “Bom fim de semana!”
— “Para o senhor também. Viva a vida!”
— “Viva a vida!” (não pude deixar de responder, usando essa nova forma de despedir…).
Este casinho é apenas um exemplo, entre milhões e milhões, do quanto o povo brasileiro reprova a prática abortiva. Como se sabe, uma pesquisa do Datafolha constatou que 87% da população são contrários ao aborto.
* * *
A 3ª edição do “Grande Ato Público” foi organizado pelo "Comitê Estadual do “Movimento Nacional em Defesa da Vida – Brasil sem Aborto”, e contou com a participação de várias associações pró-vida.
Após o Hino Nacional, o evento foi aberto pela advogada Marília de Castro, coordenadora estadual do Movimento (foto abaixo), perante um público estimado em mais de 10 mil pessoas.
Dra. Marília de Castro, dirige-se ao público, dando início ao evento
No palco montado naquela enorme praça, fizeram uso da palavra vários oradores (na foto abaixo, alguns deles). Eram representantes de diversos setores da sociedade, civil e religiosa, que tiveram a oportunidade de expressar sua posição frente àquela multidão. Sob diferentes aspectos, eles demonstraram como a vida deve ser defendida desde a concepção até a morte natural. Conclamaram a todos para atuarem nessa defesa da vida desde a concepção; estarem sempre alertas; e pedirem aos seus próximos para eles também se manifestarem contrários à legalização do aborto.
No momento, o Dr. Cícero Harada (presidente da Comissão da Defesa da República e Democracia, da OAB-SP) dirigindo-se aos partipantes
Muitas e muitas páginas seriam necessárias para reproduzir tudo que foi muito bem expresso pelos eminentes oradores. Nesta impossibilidade, faço aqui apenas um resuminho do que eles disseram para relembrar sobre o andamento do “Projeto de Lei” abortista (PL 1195/91), o qual constitui uma prioridade de governo para a bancada petista.
Assim como os anteriores Atos anti-aborto, realizados em São Paulo e em outros Estados, influenciaram na votação de que resultaram duas derrotas para a bancada abortista, esta terceira manifestação na Praça da Sé poderá ajudar a influenciar o Congresso Nacional para derrotar definitivamente o nefando PL 1195/91.
Primeiramente, no dia 3 de maio de 2008, o projeto abortista foi rejeitado na “Comissão de Seguridade Social e Família” — reprovado por 33 x 0 votos. Depois, no dia 9 de julho do mesmo ano, foi novamente reprovado — desta vez por 57 x 4 — na CCJ da Câmara dos Deputados (“Comissão de Constituição e Justiça”). Nas duas votações, a maioria dos parlamentares pró-aborto, percebendo que seriam derrotados, se retiraram...
Devido à flagrante derrota, deveria o PL 1195/91 ser considerado inconstitucional e arquivado. Entretanto, o deputado (ex-guerrilheiro) José Genoíno, por manobras regimentais, obteve a reabertura do projeto para ser votado no “Plenário da Câmara” — o que poderá ocorrer proximamente.
Se a bancada petista obtiver vitória, poderá ser legalizado o aborto no Brasil, em qualquer caso, e até o 9º mês de gravidez!!! (desde a concepção até o momento do parto...). Seria, portanto, a legalização do crime!
Assim sendo, os oradores de um lado conclamaram todos os presentes para demonstrarem o quanto a imensa maioria dos brasileiros não deseja a legalização do aborto, e de outro, a pressionarem os congressistas a votarem contra o “Projeto de Lei” abortista. A causa pela vida poderá assim obter a vitória no plenário da Câmara, apesar das manobras dos deputados e do lobby internacional pró-aborto.
Esses — que pretendem tornar legal a matança de nascituros inocentes — não descansarão enquanto não conseguirem alcançar seu péssimo intento. Não descansemos também nós até conseguirmos a vitória definitiva: impedir a descriminalização do crime do aborto — uma lei assassina!
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PS: Seguem algumas fotos que ontem tirei desse evento. Os que desejarem receber em alta resolução (para alguma publicação, por exemplo) alguma(s) dessas ou outras fotos, peço comunicar-me por e-mail (abaixo). Terei prazer em atendê-los.
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