segunda-feira, 19 de maio de 2008

Isto é questão de saúde pública

Quando vejo todo o empenho do Ministério da Saúde em legalizar o aborto no Brasil, e me defronto com relatos como o da nobre Dóris Hipólito, fico a pensar se toda essa militância pelo aborto não se trataria justamente de uma manobra para encobrir todos os escandalosos casos de abusos a saúde pré-natal que nosso Estado falido vem provocando. Se a dignidade do bebê por nascer for suprimida legalizando-se o aborto, quem poderá brigar por eles diante de casos assombrosos como os relatados abaixo?

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Isto é questão de saúde Pública

Cleide Mendes Batista, 33 residente na casa de Amparo da Associação Nacional Mulheres Pela Vida, teve a perda do filho por falta de atendimento no tempo preciso.

Ocorre que a gestante de 40 semanas, entrou em trabalho de parto na segunda, dia 12 de maio às 5:00 dando entrada no HOSPITAL ESTADUAL VEREADOR M. CALAZANS. A equipe de plantão se recusou ficar com a gestante alegando que seria preciso chegar a cinco de dilatação.

Às 9:00h eu Doris Hipólito Pires, Presidente da Associação, fui ao hospital e na recepção fui informada de que a paciente Cleide se encontrava no pré-parto e que eu deixasse na portaria a bolsa contendo as roupinhas do bebê, assim o fiz.

Ao sair do hospital, me ligaram da casa de amparo, comunicando que a gestante foi dispensada. Então eu disse “tragam ela outra vez porque o nome dela já se encontra como interna no pré-parto”. Assim o fizeram, e mais uma vez ela foi dispensada, e a bolsa do bebê devolvida.

Na terça feira, dia 13 de maio era dia de consulta no pré-natal, a Dra. Sílvia que a assistia no pré natal, e que também é médica neste hospital, disse para a Cleide que se o hospital não a atendesse naquele dia, ela não podia mais esperar, que a procurasse no dia seguinte 14 de maio no Hospital Marina Bulhões para um cesária.

Ocorre que estando a gestante sem condições até mesmo de andar, em virtude de fortes contrações, a levaram pela terceira vez para o referido Hospital que insistia em não atendê-la.

Relata a Sra. Beatriz, que acompanhou a gestante que além da resistência em não internar a gestante, num determinado momento entrou uma pediatra e observando que a criança poderia nascer ali naquele momento, fechou bruscamente as pernas da mãe gestante dizendo: Feche as pernas, você quer que seu filho nasça aqui e fique dez dias internado... Em torno das 21:00h fui comunicada da falta de atendimento e me dirigi ao Hospital, relatei a situação da gestante que se encontrava sobre os cuidados da Associação. Resolveram interná-la em torno das 9:30 e somente ás 03:30 resolveram fazer o parto, o mesmo realizado pela Dra. Gisele Miranda Martins CRM 5274802-1. Conclusão a criança nasceu morta, ingeriu fezes, água de parto e no óbito consta:

Anoxia intra-uterina
Sofrimento Fetal Agudo
Insuficiência placentária

Na noite do dia 13 ao agilizar o óbito, fui ao hospital com Rodrigo que é jornalista, e quando pedimos uma explicação de algum responsável pelo Hospital, veio nos atender a chefe da Pediatria, que percebendo que o Rodrigo tinha em mãos um gravador, ela disse que se a imagem dela fosse veiculada mediante as informações que estava dando, ela iria processar a Associação, pois o Hospital tem equipe de imprensa e um eficiente Jurídico.

No dia 14 de maio a Dra, Chefe de pediatria, me ligou para dizer que esperava que não fosse denegrida sua imagem na imprensa, e que o caso ela já havia comunicado a promotoria pública, se sua imagem fosse imaculada ela iria pegar pesado e processar a Associação.

Quando ao prontuário da paciente, só terei acesso dentro de 20 dias. Porém relataram muitas inverdades. Conta no prontuário que a paciente recusou que escutassem o coração do bebê, que se recusou a tomar banho, que se recusou a tomar remédio para acelerar o nascimento.

Enfim, lutamos para que o bebê não fosse abortado, que era desejo do pai da criança, mas acabou sendo abortado indiretamente pelo Hospital Estadual Vereador M. Calazans, localizado à Rua João de Castro, 1250 – Bairro Cabuís – Nilópolis – Rio de Janeiro Cep. 26540-390
Telefone do serviço social: 2299 9927
Diretores:
Dr. Abraão e Dr. Joé

Amigos até quando teremos forças para suportar a impunidade e a desumanidade?

Aconteceu com mães gestantes assistidas pela nossa Associação:
Hospital vereador M. Calazans.

A gestante Gabriela de Silva Ribeiro, foi internada nesta unidade e de última hora fizeram a cesária na paciente, e durante o procedimento cirúrgico quebraram o braço do bebê que precisou depois fazer tratamento no Hospital Zacarias e que ainda existe a possibilidade da criança ficar com seqüelas.
Ivonete da Silva, gestante assistida pela nossa Associação sofreu a falta de assistência no referido hospital.

A gestante sempre teve seus filhos mediante uma cesária, a equipe que a atendeu esperou para que ela desta vez tivesse o bebê normal, enfim a criança nasceu coberta de fezes e ao ingerir o líquido amniótico, ficou com seqüelas, a criança que vai fazer 2 anos, necessita de medicação permanente, e pelo fato dos pais serem pobres, nós estamos arcando com a compra dos medicamentos sempre que solicitado pela mãe.

Mônica Veloso, Assistida da nossa Associação, Cardíaca, chegou no referido Hospital com pressão arterial 22x10 em trabalho de parto, necessitava de uma cesária urgente, e não foi atendida pela Unidade. Sem opção recorreu ao Pronto Socorro da cidade (Nilópolis) que na época não estava com a maternidade interditada como nos dias atuais, e graças a Deus nasceu o Adrian que vai fazer 1 ano.

Outros casos de desumanização têm ocorrido neste Hospital, prefiro me limitar a narrar aqueles casos que ocorreram com as gestantes assistidas por nossa Associação, pois para cada relato temos em mãos documentos e exames clínicos comprovando a veracidade dos fatos.

Peço ainda a algum advogado que queira tomar alguma atitude que por favor, não apenas me oriente o que fazer, mas por gentileza faça o que for preciso para que tenhamos uma sociedade mais humanitária.

Desde já agradeço em nome das mães que poderão gestar e terem seus filhos com dignidade.

Atenciosamente,
Doris Hipólito
Presidente Nacional da Associação Mulheres Pela Vida
Rua Humaitá, 172 – Humaitá _ RJ
Serviço de atendimento social.
R. Benjamin Constant, 78 – Nova cidade – Nilópolis
Tel. (21) 8221 2289