quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Ligeiro, leviano, irresponsável, deseducado, deseducador e, acima de tudo, machista!


“Quem é que aqui não teve uma namoradinha que teve que abortar?”
A frase, como sabem, é do governador do Rio, Sérgio Cabral, e foi dita durante um seminário da revista “Exame”, em que se discutiam oportunidades de negócios no estado por conta da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016. Não sei se Cabral se referia ao assassinato dos fetos no capítulo das oportunidades de negócios ou se fazia apenas uma digressão descompromissada sobre seu horizonte utópico.
Os leitores deste blog — os que amam, os mornos e os que odeiam  sabem o que penso a respeito. Muitos discordam; suas opiniões são publicadas desde que não façam parte de correntes organizadas e não tentem usar a minha página para espalhar números comprovadamente falsos. Já chego lá. Há pessoas que, depois de pesar prós e contras, e mesmo reconhecendo que o aborto é um trauma terrível,  entendem que a legalização é o melhor caminho. Acreditam que, entre os males possíveis, esse é o menor. Combato, sim, a tese aqui. E procuro fazê-lo fora do âmbito religioso, sempre considerando que essa é uma dimensão absolutamente legítima. Cumpre lembrar que há muitos agnósticos que se opõem à legalização. Há uma ética não-religiosa que pode nos reunir.
A tese de Cabral é, em si, constrangedora, mas o tom meio cafajeste de sua linguagem não choca menos: é ligeiro, leviano, irresponsável, deseducado, deseducador e, acima de tudo, machista, aspecto este que chama particularmente a atenção num momento em que uma mulher chega à Presidência  também ela, é bom notar, favorável à legalização do aborto, embora tenha dito o contrário para os leitores. Cabral, lembre-se, é o patrono do ministro da Dengue, José Gomes Temporão, um fanático da causa.  Se este senhor tratasse o mosquito com o mesmo rigor com que gostaria de tratar os fetos, estaríamos livres da doença…
Cabral não é obrigado a pensar como penso. Mas está obrigado, sim, a manter certas regras do decoro. Aborto, no Brasil, é crime, e, se há políticos que acreditam que deva ser descriminado, que levem adiante a sua causa. O mesmo vale, por exemplo, para as drogas — aliás, o governador também é favorável à legalização das “leves”… O que um governante não pode, por descabido, inaceitável e ilegal, é praticar este misto de naturalização com apologia do crime, tendo a ousadia de convidar os homens da platéia a confessar que tiveram “uma namoradinha” que fez aborto.
No dia 3 de dezembro, escrevi aqui que Lula e Sérgio Cabral “exibem características comuns que têm rendido a ambos bons dividendos políticos: falam rigorosamente o que lhes dá na telha sem temer o ridículo; conseguem transformar em sucessos de público mesmo os seus mais clamorosos desastres; se preciso, descem a rampa do populismo; na adversidade, atacam os adversários com impressionante rapidez e, last but not least, são amados por amplos setores da imprensa até mesmo quando se dedicam a evoluções circenses.”
Não será diferente desta vez. Se quase 80% dos brasileiros são contra a legalização do aborto, quase 100% dos jornalistas e da imprensa são favoráveis. Comento trecho a trecho a sua fala.
“O Brasil está dando certo; é aprofundar a democracia, vamos aprofundar a liberdade de imprensa, aprofundar a vida como ela é, discutir os temas que têm que ser discutidos.”Eu não sei o que quer dizer “aprofundar a liberdade de imprensa”  é o que Franklin Martins e José Dirceu, por exemplo, dizem querer. Para o governador do Rio, os que discordam dele entendem a vida como “ela não é”. Mimetiza o pragmatismo tosco de Lula, para quem a divergência ou nasce da sabotagem ou é frescura de intelectuais  e boa parte dos intelectuais o venera como manifestação, suponho, dessa frescura…
“O aborto, por exemplo, foi muito mal abordado na campanha eleitoral. Será que está correto um milhão de mulheres todo ano fazerem o aborto, talvez mais, em que situação, de que maneira?”Os números de Cabral são mentirosos. Cada um defenda o que bem entender. Eu pago o preço por pensar o que penso. Que outros façam o mesmo. O sujeito quer defender o direito de matar os fetos? Ok. Mas que tenha a coragem de fazê-lo sem precisar maquiar a sua tese com dados falsos. A fala de Cabral é mentirosa porque INEXISTE NOS SISTEMAS PÚBLICO E PRIVADO DE SAÚDE uma notificação para “aborto provocado”. Qual é a base de dados deste senhor? Nenhuma!
Um milhão de abortos provocados por ano no Brasil? O SUS, e estes são dados oficiais, realizou 3,1 milhões de curetagens entre 1995 e 2007 — 3,1 milhões ao longo de 13 anos! Nascem entre 2,8 milhões e 3 milhões de crianças a cada ano no país. Qualquer especialista sabe que a taxa de aborto espontâneo é da ordem de 25%. Assim, notem bem!, se não houvesse um só aborto provocado, aqueles 3 milhões seriam 75% do total de fetos gerados, que chegariam, então, a 4 milhões. Só os abortos espontâneos somam, portanto, um milhão! Desse total, quantos resultaram em procedimentos no SUS?  Façam a média anual!
Não vamos enfrentar? Então está bom! Então o policial na esquina leva a graninha dele, o médico lá topa fazer o aborto, a gente engravida uma moça - eu não porque já fiz vasectomia e sou bem casado - mas engravidou… Quem é que aqui não teve uma namoradinha que teve que abortar?”Vejam que Cabral acha mais fácil propor o aborto em massa do que controlar policial corrupto, o que diz muito de sua própria experiência como governador, não é mesmo? As lambanças que ele protagoniza na segurança pública do Rio são fruto desse descontrole.
O bufão fatalista está convencido de que todos compartilham de suas fraquezas morais ou éticas: “A gente engravida uma moça…” Esse “a gente”, suponho, apelava aos homens presentes, e as moças devem se contentar com o papel de receptáculos das sementes, as cabritas prenhas dos bodes descontrolados. “Quem é  que não teve uma namoradinha que teve de abortar?”, indaga um governador de estado, sugerindo que esse contratempo desapareceria com a legalização do aborto. O fato de que essa gravidez é resultado do sexo inseguro, bem, isso, para este pensador, não faz grande diferença.
Em 2007, Cabral, pai de cinco filhos, já havia concedido uma entrevista ao G1 em defesa do aborto. E expôs os seus motivos: “Tem tudo a ver com violência. Você pega o número de filhos por mãe na Lagoa Rodrigo de Freitas, Tijuca, Méier e Copacabana, é padrão sueco. Agora, pega na Rocinha. É padrão Zâmbia, Gabão. Isso é uma fábrica de produzir marginal”. Vocês já sabem que o lulista Cabral é um progressista, e eu, um “reacionário”. Eu, por reacionário, acho que o crime é uma escolha que pode ser feita por pobres e ricos. Ele, por progressista, vê em cada pobre um suspeito. Uma das notáveis contribuições de Cabral ao debate é propor que acabemos com os crimes legalizando-os; a outra, que acabemos com a pobreza acabando com os pobres.
Cabral: sem medo da represália dos fetos!O Rio não pode continuar como está, sabemos. As Unidades da Polícia Pacificadora do Tráfico já ocupam alguns morros. Mas isso é pouco. Noto que o governador está empenhado em fazer nascer menos pobres. É preciso mais ousadia. Em 2007, já fiz esta proposta ao valente político.  Por que não combinar a redução drástica de nascimentos de pobres com a elevação também drástica de nascimento de ricos? Não seria legal? Pensem bem: se, por meio do aborto, conseguíssemos quase zerar os partos da Rocinha e, por meio da Bolsa Gente Que Pode, decuplicar os de Ipanema e Leblon, é claro que o Rio seria uma cidade melhor, certo?
Cabral agrediu o decoro, o bom senso, as mulheres, o sexo seguro., a vida. Dada a forma como se expressou, fez a apologia de uma prática criminosa. Mas é possível que muitos o elogiem pela coragem com que enfrenta os fetos de peito aberto, sem temer represálias. Anotem: Sérgio Cabral é candidato a ocupar a vaga aberta por Lula no besteirol nosso de cada dia. Esse rapaz tem grandes ambições!
Por Reinaldo Azevedo

Perito rebate a falácia abortista de Sérgio Cabral e recorda que a maioria dos brasileiros defende a vida


.- Em um evento em São Paulo, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral criticou a atual legislação brasileira de hipócrita lançando ao público a pergunta: “Quem aqui não teve uma namoradinha que precisou abortar?” “Meus amigos, vamos encarar a vida como ela é", afirmou também.
Em resposta à falácia abortista do governador do Rio, o autor e apresentador brasileiro Felipe Aquino, do Canal Canção Nova, afirma que “a posição do sr. governador contrasta radicalmente contra o que deseja o povo brasileiro” que em sua grande maioria (82%) desaprova a legalização da prática anti-vida.


O governador do Rio de Janeiro fez esta pergunta ao criticar a legislação brasileira que condena o aborto com pena de prisão exceto em dois casos: quando a mãe corre risco de vida ou no caso de estupro. Vale à pena recordar, que no Município do Rio de Janeiro, onde vive o governador Cabral, um conhecido promotor do aborto, o MPF suspendeu a necessidade da ocorrência policial de estupro para que as mulheres possam fazer um aborto através do SUS. Em outubro deste ano o site pró-vida Espaço Vital denunciou que “as gestantes vítimas de estupro que quiserem interromper a gravidez têm o direito de fazer a cirurgia pelo SUS, independente de apresentar registro de ocorrência policial” na cidade do Rio de Janeiro.


Em resposta à pergunta do governador no evento em São Paulo, o Prof. Felipe Aquino assevera:
“É preciso responder esta sua infeliz pergunta”.


“Gostaria de responder ao Governador, em meu nome – e creio, em nome de muitos – que jamais tive “uma namoradinha que fez aborto”. Jamais eu teria a coragem de usar uma moça;  e, pior ainda, depois fazê-la abortar. A formação que recebi de meus pais, de meus professores, e pela voz de Deus que fala na minha consciência, jamais eu teria a coragem de tal ato hediondo e pecaminoso” , afirmou o Prof. Aquino.


“A pergunta do sr. governador nos leva a entender que ele deseja que o aborto seja descriminalizado para que os jovens imaturos possam continuar matando o fruto de um namoro sem compromisso, irresponsável? Será que há meninas que possam ser usadas como “namoradinhas” de uso e abuso? Quem aceitaria isso para sua filha ou irmã? Ora, é preciso ter mais respeito a tantas meninas e moças que se tornam vítimas nas mãos de rapazes desumanos. Quantas tiveram mesmo que abortar? E quantas estão sozinhas criando seus filhinhos porque tiveram a coragem e a dignidade de respeitar a vida do seu filho?”, questionou o apresentador e blogger da CN.


O Prof. Aquino recordou também que «quando o Papa João Paulo II esteve no Brasil a última vez, em 1997, fez uma pregação para os jovens no Maracanã, quando disse, entre muitas coisas que: “Por causa do chamado “amor livre” há no Brasil milhares de filhos órfãos de pais vivos. E muitos nem mesmo tem o “direito de nascer”».
“Que uma criança seja órfã porque o pai morreu, paciência, mas deixá-la órfã com o pai vivo, sem o seu carinho e proteção, é uma covardia”, afirmou o autor católico brasileiro.


“O Sr. governador do Rio de Janeiro afirma que manter a lei da criminalização do aborto é hipocrisia. Eu gostaria de perguntar-lhe o que é, então, matar uma criança inocente e indefesa no ventre da mãe?”, rebateu o Professor Felipe.


O perito em temas de família, recorda também a recente pesquisa do Instituto de Pesquisa “Vox Populi”,  encomendada pelo Portal iG,  “divulgada  em 5/12/2010, onde mostra que  82% dos brasileiros são contra a legalização do aborto, 87% contra a liberação das drogas e 60% contra as uniões civis de homossexuais. Para 72% das pessoas, “o futuro governo da presidente Dilma Rousseff não deveria sequer propor alguma lei que descriminalize o aborto” – a posição é compartilhada por católicos (73%), evangélicos (75%) e membros de outras religiões (69%)”.


“Portanto, a posição do sr. governador contrasta radicalmente contra o que deseja o povo brasileiro”, afirmou energicamente Aquino.


“Como pode um governante se opor tão paradoxalmente à vontade popular, se ele foi eleito para representar esse povo? Por outro lado, a pergunta do governador mostra um descaso tão grande à vida do ser humano ainda não nascido, e um desrespeito tão grande ao namoro, que faz doer o coração”, pergunta o Prof. Felipe Aquino.


“Será que não há lições melhores a serem dadas aos nossos jovens? Será que algumas autoridades não deveriam pensar melhor naquilo que dizem?”, concluiu.


O artigo completo do Prof. Felipe Aquino pode ser visto no seu blog em:
http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

“Não tenho partido político, sou contra o aborto e a favor da vida”, afirma Dom Bergonzini


SÃO PAULO, 25 Out. 10 / 02:14 pm (ACI).- Em uma recente entrevista à Revista Veja, aparecida no blog do jornalista católico Reinaldo Azevedo, o bispo de Guarulhos, Dom Luiz Gonzaga Bergonzini afirma ter sido “agredido por militantes do PT”, que, há dez dias, “fizeram um escarcéu” junto à casa do prelado “às duas da manhã, com palavrões e rojões”. “Cheguei até a ser ameaçado”, explica Dom Bergonzini, que também advertiu na entrevista que “ninguém pode botar um cadeado, uma mordaça, na minha boca. Podem apreender um papel, mas nada altera minhas convicções”.

A entrevista, como explica Reinaldo Azevedo, foi dada no contexto da liminar concedida pelo ministro Henrique Neves, do TSE, que permitiu à polícia federal apreender o “Apelo a Todos os Brasileiros e Brasileiras”, em que a Comissão em Defesa da Vida, da Regional Sul I da CNBB, exortava os católicos a não votar em políticos que defendam a descriminação do aborto. A impressão do texto foi encomendada por Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, bispo de Guarulhos.

Diante disto, Azevedo denunciou que “o PT tentou acusar uma espécie de conspiração, afirmando que se tratava de uma iniciativa do PSDB, já que uma das sócias da gráfica Pana é filiada ao partido. Os petistas só se esqueceram de informar, como noticiou este blog, a empresa imprimiu material de campanha para outros partidos - inclusive para o PT. Num deles, uma central sindical exortava seus filiados a votar em Dilma, o que é ilegal”.

Na entrevista, o bispo de Guarulhos esclareceu que foi ele quem realmente encomendou a impressão do texto, não o PSDB. Dom Luiz revela também que os petistas tentaram intimidá-lo. 

Na entrevista o repórter da Veja perguntou se foi Dom Bergonzini quem decidiu imprimir dois milhões de cópias do “Apelo a todos os brasileiros e brasileiras”. Diante da interrogante, o bispo respondeu afirmativamente e afirmou que fez “isso para tornar conhecida a minha posição política em defesa da Igreja e da vida. Essa publicação visava justamente defender a vida de seres humanos que não pediram para nascer e não têm condições de se defender. Trata-se de um documento oficial, assinado por três bispos. Não era um panfleto. É um documento autêntico da igreja”.

Ao ser perguntado se ele se sentiu censurado com a apreensão dos folhetos, o bispo respondeu:
“Claro que sim! Foi um ato totalmente antidemocrático, uma agressão à minha pessoa. Afinal de contas, eu tinha autorizado a publicação. Essa cassação impediu não só a impressão do documento como sua distribuição. Sinto que fui perseguido. O governo fala tanto em liberdade de expressão, mas esta apreensão foi um atentado a um princípio constitucional. A minha opinião foi censurada”.

Na seguinte pergunta a Revista indagou se o bispo “defende explicitamente que os fiéis não votem em Dilma Rousseff”. Em sua resposta, Dom Luiz asseverou: “Minha recomendação é essa por causa das idéias favoráveis ao aborto que ela tem. Em 2007, numa entrevista, ela chegou a dizer que era um absurdo a não-descriminalização do aborto no Brasil. Então ela é favorável a isso. Agora, depois do primeiro turno, ela se manifestou muito religiosa, se dizendo contra o aborto e contra a união de pessoas do mesmo sexo. Quer dizer: tudo aquilo que atrapalhou a sua eleição no primeiro turno, ela tirou da campanha. Você pode confiar numa pessoa que assume posições contraditórias? Ninguém muda de idéia deste jeito. O lobo perde o pêlo, mas não perde o vício. Ela não é confiável”.

Sobre os “indícios veementes” de participação do PSDB nas encomendas dos folhetos, como foi levantado pelo PT, Dom Luiz esclareceu que “em circunstância nenhuma eu agi de acordo com orientações partidárias”.
“Eu falei, repito, assino e afirmo: “Não tenho partido político”. Eu sou um ser político, sim, mas não partidário. Se tomei partido nesta eleição, não foi a favor do PSDB, foi contra o PT e a Dilma. As razões são claras: sou contra o aborto e a favor da vida. Não fui procurado por partido político nenhum! Fui apenas agredido por militantes do PT, que, há dez dias, fizeram um escarcéu debaixo da minha janela, às duas da manhã, com palavrões e rojões. Cheguei até a ser ameaçado”.

Dom Luiz, explicou estas ameaças em sua entrevista dizendo que recebeu cartas anônimas.  “Uma delas dizia: “O Celso Daniel foi assassinado, tome cuidado”. Fiz um boletim de ocorrência por causa disso, mas não tenho medo. Se fizerem qualquer coisa contra mim, será um tiro no pé. Será pior para eles”, declarou o bispo.

Ao ser perguntado se é papel de um bispo se posicionar politicamente, o prelado afirmou que “o papel do bispo é orientar os seus fiéis sobre a verdade, sobre a justiça e sobre a moral. Ele deve apresentar a verdade e denunciar o erro. Foi o que fiz. Tenho todo o direito - e o dever - de agir do modo que agi. Não me arrependo de ter falado o que falei. Faria tudo de novo! Se surgir um candidato que seja contra os princípios morais, contra a dignidade humana e contra a liberdade de expressão, irei me levantar de novo”.

Finalmente, ao ser questionado se irá continuar distribuindo documentos similares aos apreendidos?
Dom Bergonzini afirmou que “se a Justiça liberar, vou”.
“De qualquer forma, vou continuar manifestando minha opinião. Ninguém pode botar um cadeado, uma mordaça, na minha boca. Podem apreender um papel, mas nada altera minhas convicções”.

Na quarta feira dia 20 de outubro de 2010, a Mitra Diocesana de Guarulhos entrou com um recurso para liberar o material apreendido irregularmente pela campanha do Partido dos Trabalhadores. O recurso afirma que o material foi encomendado pelo Bispo de Guarulhos, que é documento oficial da Igreja Católica, que as informações veiculadas são verídicas e denunciam, com base em ampla documentação, o envolvimento internacional do Partido dos Trabalhadores com a promoção do aborto no Brasil, e o fundamento jurídico para a divulgação do material nada mais é do que o direito à liberdade de expressão assegurado pela Constituição a todos os brasileiros.

O andamento do processo pode ser acompanhado no site do Tribunal Superior Eleitoral (http://www.tse.gov.br), no seguinte endereço, digitando, no espaço a preencher, o número do processo 352620: http://www.tse.gov.br/internet/home/acompanhamento.htm?comboTribunal=tse&siglaTribunal=tse&nomeTribunal=TSE&acao=pesquisarNumProcesso&tipoPesquisa=divProcesso&numProcesso=

Assim, membros do Movimento em Defesa da Vida (MDV) lançaram uma campanha pedindo a todos os cidadãos que escrevam, muito respeitosamente, à corregedoria geral eleitoral do tribunal superior eleitoral, no sentido de pedir que a sentença seja dada o mais rapidamente possível.
Os correios eletrônicos podem ser enviados aos endereços:

cge@tse.gov.br; cge@tse.jus.br;

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

PT declara guerra à Igreja Católica



O sítio petista "Onda vermelha: PT + 20 anos no poder" declarou guerra explícita à Igreja Católica. O título do artigo postado em 18 de outubro de 2010 é "A Igreja é contra o PT, vamos combatê-la". Ele faz louvores ao companheiro Hugo Chávez, que controla a Igreja na Venezuela e prossegue dizendo:
O PT já está processando a Diocese de Guarulhos (SP) por conta da tentativa de interferir no processo eleitoral, mandando imprimir panfletos que denigrem nosso partido e nossa candidata. Não podemos permitir esse tipo de abuso, e faremos o combate de todas as maneiras possíveis. Precisamos continuar pressionando o comando do partido, dito moderado, para que continue defendendo os valores que historicamente são bandeiras do PT.
A perseguição religiosa em Guarulhos lembra a dos primeiros cristãos pelo Império Romano. Uma milícia de petistas, por sua própria conta, resolveu intimidar e constranger o dono de uma gráfica pelo simples fato de ter aceitado imprimir o panfleto "Apelo a todos os brasileiros e brasileiras", elaborado pela Comissão de Defesa da Vida do Regional Sul 1 e aprovado pela Comissão Regional Representativa do Conselho Episcopal Sul 1 da CNBB, com a assinatura de Dom Nelson Westrupp (presidente), Dom Benedito Beni dos Santos (vice-presidente) e Dom Airton José dos Santos (secretário geral). Os militantes abordaram o pobre homem, crivaram-no de perguntas, trataram-no como se fosse um criminoso apanhado em flagrante, pediram-lhe documentos e informações, num ato típico de constrangimento ilegal. A perseguição, que evoca a KGB soviética ou a Gestapo nazista, é exibida com orgulho por um vídeo produzido pela "TV PT": 


Os petistas tem razão de temer a publicação do "Apelo". Ele contém fatos (contra os quais não há argumentos) que comprovam o nexo indissolúvel entre o PT e a causa abortista, assim como a radical incompatibilidade entre esse partido e a causa pró-vida. Na impossibilidade de negar os fatos, resta apelar para a violência. Foi o que que eles fizeram. O panfleto é legítimo, de modo algum é apócrifo (traz a assinatura de três Bispos) e não pode ser classificado como "propaganda eleitoral". É uma advertência moral aos católicos, feita em um momento eleitoral. Os Bispos não têm culpa pelo fato de o PT estar tão intimamente ligado a um atentado direto à vida inocente. De qualquer forma, a Igreja não pode calar-se diante de quem quer que defenda o aborto, seja o PT, seja outro partido ou candidato. A legitimidade do panfleto e a ordem de prosseguir com sua distribuição é esclarecida e assegurada pelo Bispo de Lorena Dom Benedito Beni dos Santos: 


Eis a transcrição de sua belíssima fala:
Sou Dom Benedito Beni dos Santos, Bispo de Lorena. Estou gravando esta mensagem no dia 18 de outubro do presente ano.
A Igreja no Brasil há décadas vem lutando em prol da defesa da família e do respeito a seus direitos. A mobilização contra a descriminalização e a legalização do aborto faz parte dessa luta.
A questão do aborto tornou-se tema importante na campanha política em preparação para as eleições deste ano, primeiro e segundo turno.
Além da CNBB nacional, Assembléia e Presidência, os Bispos do Estado de São Paulo chamaram a atenção sobre a importância do tema do aborto como parte da discussão em preparação para as eleições. Na Assembléia Ordinária do Episcopado Paulista, realizada entre os dias 29 e 30 de junho e 1º julho deste ano, aprovaram uma espécie de Dez Mandamentos para VOTAR BEM.
O terceiro mandamento diz o seguinte:
Veja se os candidatos e seus partidos estão comprometidos com o respeito pleno pela vida humana desde a concepção até a morte natural”.
No dia 26 de agosto deste ano, a Comissão Episcopal Representativa do Conselho Episcopal Sul 1 da CNBB (Estado de São Paulo) emitiu uma nota em favor do “APELO A TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS”, elaborado pela Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1. Eis o teor da nota:
A Presidência e a Comissão Representativa dos Bispos do Regional Sul 1 da CNBB, em sua Reunião ordinária, tendo já dado orientações e critérios claros para “VOTAR BEM”, acolhem e recomendam a ampla difusão do “APELO A TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS” elaborado pela Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1”.
Assinam a nota Dom Nelson Westrupp (presidente), Dom Benedito Beni dos Santos (vice-presidente), Dom Airton José dos Santos (secretário geral).
O “APELO A TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS”, cuja difusão ampla é recomendada pelos Bispos, cita fatos concretos em que o governo brasileiro e o Partido dos Trabalhadores propõem a descriminalização e a legalização do aborto durante todos os nove meses da gravidez. Trata-se do substitutivo do PL 1135/91 apresentado pelo atual governo em 2005 e ainda tramitando no Congresso. O “APELO A TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS” termina deste modo: “RECOMENDAMOS encarecidamente a todos os cidadãos e cidadãs brasileiros e brasileiras, [...] deem seu voto somente a candidatos ou candidatas e partidos contrários à descriminalizacão do aborto.
Portanto, o “APELO A TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS” elaborado pela Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1, é um texto legítimo e não falso. Contém fatos e não boatos. É expressão legítima da cidadania democrática.
Os Bispos do Estado de São Paulo, reunidos em Assembléia das Igrejas, neste 16 de outubro, fizeram um alerta com respeito a folhetos que estão sendo distribuídos sem a aprovação da legítima autoridade diocesana. Este não é o caso do “APELO A TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS”, elaborado em vista do primeiro e do segundo turno das eleições. Na Diocese de Lorena estes folhetos continuam sendo distribuídos nas 31 paróquias. Não se trata de interesse partidário ou ideológico, mas da defesa da vida através de instrumentos legítimos da expressão da cidadania e, portanto, de participação na promoção do bem comum da nação. As pessoas que estão divulgando o documento fizeram apenas o que nós, Bispos, lhes pedimos.
As informações do “APELO” são fatos amplamente documentados. Contra fatos, não há argumentos. Os fatos, pois, são a parte mais importante do “APELO”.
A sua divulgação é legítima. Esses fatos devem chegar ao conhecimento do povo e devem continuar a ser divulgados o mais amplamente possível.
Recomendo isso sobretudo à Diocese de Lorena, que presido.
(fim da transcrição)

EIS O PANFLETO QUE ATERRORIZOU O PT



PORQUE ESSE FOLHETO NÃO CARACTERIZA PROPAGANDA ELEITORAL 


Resolução 23191 do Tribunal Superior Eleitoral dispõe sobre a propaganda eleitoral e as condutas vedadas em campanha eleitoral. Segundo essa norma, a propaganda, qualquer que seja a sua forma ou modalidade, "mencionará sempre a legenda partidária" (art. 5º). Em se tratando de folhetos, eles devem ser editados "sob a responsabilidade do partido político, da coligação ou do candidato" (art. 13). 
Ora, os Bispos não são candidatos nem constituem um partido político. Seriam eles obrigados a guardar silêncio se algum Partido, abusando da pluralidade de opinião, defendesse a confinação de deficientes em campos de concentração, como ocorreu na era nazista? E serão eles obrigados a ficar mudos quando um Partido oficialmente defende a descriminalização do aborto como algo obrigatório a ser acatado pelos seus candidatos?
A defesa da vida é uma questão moral, à qual os Bispos não se podem esquivar. Os católicos devem votar conscientes dos fatos amplamente expostos e documentados no "APELO". Daí a necessidade da "ampla difusão" desse folheto. 
Seria absurdo se a lei obrigasse os Bispos a divulgar tais afirmações apenas sob o patrocínio de um partido, coligação ou candidato. Aí sim, a Igreja se veria constrangida a ficar envolvida diretamente em campanha eleitoral, desnaturando o seu caráter de "católica", isto é, universal. 
Não constituindo propaganda eleitoral, o folheto é de distribuição livre. Não é anônimo (o que é proibido pela Constituição Federal em seu artigo 5º, inciso IV), mas traz a assinatura de três Bispos.

"BEM-AVENTURADOS SOIS VÓS QUANDO VOS PERSEGUIREM..." (Mt 5,11)

Ao resolver perseguir os Bispos e demais fiéis que distribuem o "Apelo a todos os brasileiros e brasileiras", o PT acabou cometendo o mesmo erro que cometeu Jandhira Feghali nas eleições de 2006. Naquela época, a candidata comunista (PC do B) ao Senado já se imaginava eleita e planejando o que faria como senadora. Apavorada com a distribuição de um folheto que informava sua atuação pró-aborto, ela recorreu ao TRE-RJ e acusou a Arquidiocese do Rio de Janeiro. Ele obteve que fiscais, no dia 21/09/2006, cumprindo um mandado de busca e apreensão, invadissem a Mitra Diocesana, inclusive o gabinete do Cardeal Dom Eusébio Scheid, em busca dos supostos panfletos. Nada foi encontrado, uma vez que a Arquidiocese não era autora da publicação. No dia 25/09/2006, o Cardeal recebeu uma intimação para guardar silêncio sobre qualquer “referência político-ideológica”. Essa liminar foi cassada no mesmo dia pelo colegiado do TRE. No dia 1º/10/2006, contrariando o que previam as pesquisas, Jandira obteve apenas 37,54% dos votos válidos e perdeu para seu adversário Francisco Dornelles (PP/RJ), que ficou com 45,86% dos votos válidos.

 A perseguição sempre foi fonte de bênçãos para os cristãos. No presente momento, não se deve temer "os que matam o corpo, mas não podem matar a alma" (Mt 10,28). Quanto mais o PT perseguir a Igreja, mais contribuirá para o mérito dos cristãos. Ele estará assim forjando sua própria derrota.
Convém que a perseguição ocorra - como já está ocorrendo - agora, ou seja, antes do dia 31 de outubro. Ela serve para dar ao povo uma pequena amostra do totalitarismo que se pretende instalar no país com a vitória de Dilma.
Nossa principal arma, porém, continua sendo a oração confiante e perseverante. Se permanecermos fiéis na recitação diária do Terço da Misericórdia às três horas da tarde e na recitação de um Rosário completo a cada dia, tudo o mais virá por acréscimo.
Uma mulher deve vencer esta eleição. Seu nome é Maria.
--
Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
Presidente do Pró-Vida de Anápolis
Telefax: 55+62+3321-0900
0 Anápolis GO
Caixa Postal 456 75024-9
"Coração Imaculado de Maria, livrai-nos da maldição do aborto"

domingo, 17 de outubro de 2010

O DOPS do PT em ação: calaram opinião da CNBB Regional Sul1


Liberdade religiosa? Primeiro veio a blitz do PT; depois chegou a da PF

Leiam o que vai na Folha. Volto em seguida:

Na Folha Online:
A Polícia Federal apreendeu neste domingo cerca de 1 milhão de panfletos assinados por um braço da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) recomendando voto contra a presidenciável Dilma Rousseff (PT) por conta da questão do aborto.

A apreensão em uma gráfica no bairro do Cambuci, região sudeste da capital paulista, foi determinada pelo ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Henrique Neves a pedido do PT. O processo corre em segredo de justiça. Os panfletos foram encomendados pela Mitra Diocesana de Guarulhos. Kelmon Luís Souza, católico ortodoxo, disse ontem que encomendou, desde setembro, 20 milhões de panfletos em gráficas de São Paulo a pedido da diocese.
Parte dos panfletos, que reproduz um “apelo a brasileiros e brasileiras” para que os eleitores não votem em quem é a favor da descriminalização do aborto, é assinado pela Regional Sul I da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), responsável pelo Estado de SP. Os papéis foram distribuídos no dia 12 de outubro, em missas em Aparecida (SP) e Contagem (MG).

(…)
A gráfica com 1 milhão de panfletos foi descoberta ontem pelo PT de São Paulo. De acordo com o contador da gráfica Paulo Ogawa, foram encomendados 2,1 milhões de panfletos nos dois turnos das eleições. A PF informou que foi feito um relatório sobre a apreensão, que será enviado ao ministro.

Regional Sul I 

Em nota, os bispos do Regional Sul I afirmaram que não patrocinam a impressão de panfletos contra e a favor de candidatos. Os bispos afirmam que não indicam ou vetam candidaturas.

Segundo a nota, assinada pelo presidente da regional, d. Nelson Westrupp, a entidade “recomenda, enfim, a análise serena e objetiva das propostas de partidos e candidatos, para que as eleições consolidem o processo democrático, o pleno respeito aos direitos humanos, a justiça social, a solidariedade e a paz entre todos os brasileiros.”
Comento

Sob o pretexto de evitar crime eleitoral, estamos diante, entendo, de uma óbvia agressão à liberdade religiosa. Os católicos têm o direito de orientar os seus fiéis, assim como Edir Macedo, o dono da Universal —  e concessionário de serviço público — orientou os dele. Qual é a calúnia, injúria ou difamação que vai na carta, que não é apócrifa coisa nenhuma?

Henrique Neves certamente será capaz de apontar o trecho onde viu algo além da liberdade religiosa. Estou ansioso para saber qual é.
PS - Mantive o termo “panfleto” porque não vou mudar a redação da Folha. E também a  expressão “católico ortodoxo”. Será que o repórter se refere à igreja do Oriente ou, por “católico ortodoxo” entende apenas um “católico convicto”?

Por Reinaldo Azevedo


http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/liberdade-religiosa-primeiro-veio-a-blitz-do-pt-depois-chegou-a-da-pf/