quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Ligeiro, leviano, irresponsável, deseducado, deseducador e, acima de tudo, machista!


“Quem é que aqui não teve uma namoradinha que teve que abortar?”
A frase, como sabem, é do governador do Rio, Sérgio Cabral, e foi dita durante um seminário da revista “Exame”, em que se discutiam oportunidades de negócios no estado por conta da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016. Não sei se Cabral se referia ao assassinato dos fetos no capítulo das oportunidades de negócios ou se fazia apenas uma digressão descompromissada sobre seu horizonte utópico.
Os leitores deste blog — os que amam, os mornos e os que odeiam  sabem o que penso a respeito. Muitos discordam; suas opiniões são publicadas desde que não façam parte de correntes organizadas e não tentem usar a minha página para espalhar números comprovadamente falsos. Já chego lá. Há pessoas que, depois de pesar prós e contras, e mesmo reconhecendo que o aborto é um trauma terrível,  entendem que a legalização é o melhor caminho. Acreditam que, entre os males possíveis, esse é o menor. Combato, sim, a tese aqui. E procuro fazê-lo fora do âmbito religioso, sempre considerando que essa é uma dimensão absolutamente legítima. Cumpre lembrar que há muitos agnósticos que se opõem à legalização. Há uma ética não-religiosa que pode nos reunir.
A tese de Cabral é, em si, constrangedora, mas o tom meio cafajeste de sua linguagem não choca menos: é ligeiro, leviano, irresponsável, deseducado, deseducador e, acima de tudo, machista, aspecto este que chama particularmente a atenção num momento em que uma mulher chega à Presidência  também ela, é bom notar, favorável à legalização do aborto, embora tenha dito o contrário para os leitores. Cabral, lembre-se, é o patrono do ministro da Dengue, José Gomes Temporão, um fanático da causa.  Se este senhor tratasse o mosquito com o mesmo rigor com que gostaria de tratar os fetos, estaríamos livres da doença…
Cabral não é obrigado a pensar como penso. Mas está obrigado, sim, a manter certas regras do decoro. Aborto, no Brasil, é crime, e, se há políticos que acreditam que deva ser descriminado, que levem adiante a sua causa. O mesmo vale, por exemplo, para as drogas — aliás, o governador também é favorável à legalização das “leves”… O que um governante não pode, por descabido, inaceitável e ilegal, é praticar este misto de naturalização com apologia do crime, tendo a ousadia de convidar os homens da platéia a confessar que tiveram “uma namoradinha” que fez aborto.
No dia 3 de dezembro, escrevi aqui que Lula e Sérgio Cabral “exibem características comuns que têm rendido a ambos bons dividendos políticos: falam rigorosamente o que lhes dá na telha sem temer o ridículo; conseguem transformar em sucessos de público mesmo os seus mais clamorosos desastres; se preciso, descem a rampa do populismo; na adversidade, atacam os adversários com impressionante rapidez e, last but not least, são amados por amplos setores da imprensa até mesmo quando se dedicam a evoluções circenses.”
Não será diferente desta vez. Se quase 80% dos brasileiros são contra a legalização do aborto, quase 100% dos jornalistas e da imprensa são favoráveis. Comento trecho a trecho a sua fala.
“O Brasil está dando certo; é aprofundar a democracia, vamos aprofundar a liberdade de imprensa, aprofundar a vida como ela é, discutir os temas que têm que ser discutidos.”Eu não sei o que quer dizer “aprofundar a liberdade de imprensa”  é o que Franklin Martins e José Dirceu, por exemplo, dizem querer. Para o governador do Rio, os que discordam dele entendem a vida como “ela não é”. Mimetiza o pragmatismo tosco de Lula, para quem a divergência ou nasce da sabotagem ou é frescura de intelectuais  e boa parte dos intelectuais o venera como manifestação, suponho, dessa frescura…
“O aborto, por exemplo, foi muito mal abordado na campanha eleitoral. Será que está correto um milhão de mulheres todo ano fazerem o aborto, talvez mais, em que situação, de que maneira?”Os números de Cabral são mentirosos. Cada um defenda o que bem entender. Eu pago o preço por pensar o que penso. Que outros façam o mesmo. O sujeito quer defender o direito de matar os fetos? Ok. Mas que tenha a coragem de fazê-lo sem precisar maquiar a sua tese com dados falsos. A fala de Cabral é mentirosa porque INEXISTE NOS SISTEMAS PÚBLICO E PRIVADO DE SAÚDE uma notificação para “aborto provocado”. Qual é a base de dados deste senhor? Nenhuma!
Um milhão de abortos provocados por ano no Brasil? O SUS, e estes são dados oficiais, realizou 3,1 milhões de curetagens entre 1995 e 2007 — 3,1 milhões ao longo de 13 anos! Nascem entre 2,8 milhões e 3 milhões de crianças a cada ano no país. Qualquer especialista sabe que a taxa de aborto espontâneo é da ordem de 25%. Assim, notem bem!, se não houvesse um só aborto provocado, aqueles 3 milhões seriam 75% do total de fetos gerados, que chegariam, então, a 4 milhões. Só os abortos espontâneos somam, portanto, um milhão! Desse total, quantos resultaram em procedimentos no SUS?  Façam a média anual!
Não vamos enfrentar? Então está bom! Então o policial na esquina leva a graninha dele, o médico lá topa fazer o aborto, a gente engravida uma moça - eu não porque já fiz vasectomia e sou bem casado - mas engravidou… Quem é que aqui não teve uma namoradinha que teve que abortar?”Vejam que Cabral acha mais fácil propor o aborto em massa do que controlar policial corrupto, o que diz muito de sua própria experiência como governador, não é mesmo? As lambanças que ele protagoniza na segurança pública do Rio são fruto desse descontrole.
O bufão fatalista está convencido de que todos compartilham de suas fraquezas morais ou éticas: “A gente engravida uma moça…” Esse “a gente”, suponho, apelava aos homens presentes, e as moças devem se contentar com o papel de receptáculos das sementes, as cabritas prenhas dos bodes descontrolados. “Quem é  que não teve uma namoradinha que teve de abortar?”, indaga um governador de estado, sugerindo que esse contratempo desapareceria com a legalização do aborto. O fato de que essa gravidez é resultado do sexo inseguro, bem, isso, para este pensador, não faz grande diferença.
Em 2007, Cabral, pai de cinco filhos, já havia concedido uma entrevista ao G1 em defesa do aborto. E expôs os seus motivos: “Tem tudo a ver com violência. Você pega o número de filhos por mãe na Lagoa Rodrigo de Freitas, Tijuca, Méier e Copacabana, é padrão sueco. Agora, pega na Rocinha. É padrão Zâmbia, Gabão. Isso é uma fábrica de produzir marginal”. Vocês já sabem que o lulista Cabral é um progressista, e eu, um “reacionário”. Eu, por reacionário, acho que o crime é uma escolha que pode ser feita por pobres e ricos. Ele, por progressista, vê em cada pobre um suspeito. Uma das notáveis contribuições de Cabral ao debate é propor que acabemos com os crimes legalizando-os; a outra, que acabemos com a pobreza acabando com os pobres.
Cabral: sem medo da represália dos fetos!O Rio não pode continuar como está, sabemos. As Unidades da Polícia Pacificadora do Tráfico já ocupam alguns morros. Mas isso é pouco. Noto que o governador está empenhado em fazer nascer menos pobres. É preciso mais ousadia. Em 2007, já fiz esta proposta ao valente político.  Por que não combinar a redução drástica de nascimentos de pobres com a elevação também drástica de nascimento de ricos? Não seria legal? Pensem bem: se, por meio do aborto, conseguíssemos quase zerar os partos da Rocinha e, por meio da Bolsa Gente Que Pode, decuplicar os de Ipanema e Leblon, é claro que o Rio seria uma cidade melhor, certo?
Cabral agrediu o decoro, o bom senso, as mulheres, o sexo seguro., a vida. Dada a forma como se expressou, fez a apologia de uma prática criminosa. Mas é possível que muitos o elogiem pela coragem com que enfrenta os fetos de peito aberto, sem temer represálias. Anotem: Sérgio Cabral é candidato a ocupar a vaga aberta por Lula no besteirol nosso de cada dia. Esse rapaz tem grandes ambições!
Por Reinaldo Azevedo

Perito rebate a falácia abortista de Sérgio Cabral e recorda que a maioria dos brasileiros defende a vida


.- Em um evento em São Paulo, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral criticou a atual legislação brasileira de hipócrita lançando ao público a pergunta: “Quem aqui não teve uma namoradinha que precisou abortar?” “Meus amigos, vamos encarar a vida como ela é", afirmou também.
Em resposta à falácia abortista do governador do Rio, o autor e apresentador brasileiro Felipe Aquino, do Canal Canção Nova, afirma que “a posição do sr. governador contrasta radicalmente contra o que deseja o povo brasileiro” que em sua grande maioria (82%) desaprova a legalização da prática anti-vida.


O governador do Rio de Janeiro fez esta pergunta ao criticar a legislação brasileira que condena o aborto com pena de prisão exceto em dois casos: quando a mãe corre risco de vida ou no caso de estupro. Vale à pena recordar, que no Município do Rio de Janeiro, onde vive o governador Cabral, um conhecido promotor do aborto, o MPF suspendeu a necessidade da ocorrência policial de estupro para que as mulheres possam fazer um aborto através do SUS. Em outubro deste ano o site pró-vida Espaço Vital denunciou que “as gestantes vítimas de estupro que quiserem interromper a gravidez têm o direito de fazer a cirurgia pelo SUS, independente de apresentar registro de ocorrência policial” na cidade do Rio de Janeiro.


Em resposta à pergunta do governador no evento em São Paulo, o Prof. Felipe Aquino assevera:
“É preciso responder esta sua infeliz pergunta”.


“Gostaria de responder ao Governador, em meu nome – e creio, em nome de muitos – que jamais tive “uma namoradinha que fez aborto”. Jamais eu teria a coragem de usar uma moça;  e, pior ainda, depois fazê-la abortar. A formação que recebi de meus pais, de meus professores, e pela voz de Deus que fala na minha consciência, jamais eu teria a coragem de tal ato hediondo e pecaminoso” , afirmou o Prof. Aquino.


“A pergunta do sr. governador nos leva a entender que ele deseja que o aborto seja descriminalizado para que os jovens imaturos possam continuar matando o fruto de um namoro sem compromisso, irresponsável? Será que há meninas que possam ser usadas como “namoradinhas” de uso e abuso? Quem aceitaria isso para sua filha ou irmã? Ora, é preciso ter mais respeito a tantas meninas e moças que se tornam vítimas nas mãos de rapazes desumanos. Quantas tiveram mesmo que abortar? E quantas estão sozinhas criando seus filhinhos porque tiveram a coragem e a dignidade de respeitar a vida do seu filho?”, questionou o apresentador e blogger da CN.


O Prof. Aquino recordou também que «quando o Papa João Paulo II esteve no Brasil a última vez, em 1997, fez uma pregação para os jovens no Maracanã, quando disse, entre muitas coisas que: “Por causa do chamado “amor livre” há no Brasil milhares de filhos órfãos de pais vivos. E muitos nem mesmo tem o “direito de nascer”».
“Que uma criança seja órfã porque o pai morreu, paciência, mas deixá-la órfã com o pai vivo, sem o seu carinho e proteção, é uma covardia”, afirmou o autor católico brasileiro.


“O Sr. governador do Rio de Janeiro afirma que manter a lei da criminalização do aborto é hipocrisia. Eu gostaria de perguntar-lhe o que é, então, matar uma criança inocente e indefesa no ventre da mãe?”, rebateu o Professor Felipe.


O perito em temas de família, recorda também a recente pesquisa do Instituto de Pesquisa “Vox Populi”,  encomendada pelo Portal iG,  “divulgada  em 5/12/2010, onde mostra que  82% dos brasileiros são contra a legalização do aborto, 87% contra a liberação das drogas e 60% contra as uniões civis de homossexuais. Para 72% das pessoas, “o futuro governo da presidente Dilma Rousseff não deveria sequer propor alguma lei que descriminalize o aborto” – a posição é compartilhada por católicos (73%), evangélicos (75%) e membros de outras religiões (69%)”.


“Portanto, a posição do sr. governador contrasta radicalmente contra o que deseja o povo brasileiro”, afirmou energicamente Aquino.


“Como pode um governante se opor tão paradoxalmente à vontade popular, se ele foi eleito para representar esse povo? Por outro lado, a pergunta do governador mostra um descaso tão grande à vida do ser humano ainda não nascido, e um desrespeito tão grande ao namoro, que faz doer o coração”, pergunta o Prof. Felipe Aquino.


“Será que não há lições melhores a serem dadas aos nossos jovens? Será que algumas autoridades não deveriam pensar melhor naquilo que dizem?”, concluiu.


O artigo completo do Prof. Felipe Aquino pode ser visto no seu blog em:
http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/