terça-feira, 25 de março de 2008

Jovem tem alta após ouvir médicos declararem morte

E agora, como é que fica aquele argumento de que não há vida humana no embrião porque este não possui atividade neurológica, a exemplo do critério de declaração de morte encefálica? Este aí foi declarado morto por inatividade neurológica e no entanto, estava vivinho da silva. E aí entra outra pergunta: se a declaração de morte encefálica permite furos como esse, quantos outros não podem ter sido mortos na boa intenção de doar seus órgãos?

Jovem tem alta após ouvir médicos declararem morte
Terça, 25 de março de 2008, 06h59 Atualizada às 07h47

Um americano de 21 anos que sobreviveu a um acidente de carro em novembro do ano passado contou à rede de TV NBC ter ouvido os médicos o declararem como morto.

Zack Dunlap foi levado para o hospital inconsciente e 36 horas após o acidente uma tomografia cerebral mostrou que seu cérebro já não recebia qualquer fluxo sangüíneo.

O rapaz ouviu quando os médicos disseram à família que ele estava com morte cerebral.

Os pais de Zack viram o exame e constataram o diagnóstico médico.

"Não havia qualquer atividade cerebral", disse Doug, pai de Zack, a um programa da NBC.

Os pais decidiram, então, manter os aparelhos ligados o tempo suficiente para que a equipe encarregada de retirar seus órgãos chegasse de uma outra cidade.

"Nós não queríamos vê-lo como um vegetal", disse o pai. "Sabíamos que ele gostaria que seus órgãos continuassem vivos dentro de uma outra pessoa."

Algumas horas depois de ser declarado como morto, uma enfermeira começou a remover alguns de seus tubos enquanto aguardava a equipe de retirada de órgãos.

Reação milagrosa
Os primos de Zack Dunlap, Dan e Christy Coffin, ambos enfermeiros, estavam no quarto nesse momento e por sua aparência, desconfiaram que ele não estava morto.

Foi quando Dan sacou uma pequena faca de bolso e passou na sola do pé de Zack, que reagiu imediatamente.

A enfermeira disse que se tratava de um reflexo, mas o primo insistiu. Enfiou uma de suas unhas por baixo de uma das unhas do primo, que reagiu com mais força, mexendo o braço ao longo do tronco.

"Fomos do fundo do poço às alturas", disse a mãe do rapaz. "Foi o maior milagre que poderia ter acontecido".

Os médicos advertiram à família que ele poderia ficar com sérios danos cerebrais, mas cinco dias depois Zack abriu os olhos e 48 dias após o acidente voltou para casa.

O rapaz, que ainda faz tratamento para recuperar por completo a memória, diz estar contando os dias para ter a carteira de motorista de volta.

"Estou me sentindo bem, mas às vezes é muito difícil", disse ele.

"Só preciso ter mais paciência. Estou querendo dirigir de novo desde que saí da reabilitação".

BBC Brasil